O Ministério da Cultura e Turismo anunciou na quinta-feira passada, 30 de Setembro, que a dança Mapiko da província de Cabo Delgado, concorre para o reconhecimento pela UNESCO, como Património Oral e Imaterial da Humanidade.
O Mapiko constitui uma das expressões artísticas mais emblemáticas dMoçambique, sendo praticada pelo grupo etnolinguístico Makonde. Os makondes são um grupo étnico oriundo do Planalto dos Makondes que engloba os distritos de Mueda, Nangade, Muidumbe e Macomia.
O Mapiko designa simultaneamente a máscara, o dançarino - o Lipiko, e a própria dança.
O Mapiko surge associado aos ritos de iniciação dos adolescentes makondes. Nos ritos, esta manifestação assume a função artística e ritualística.
Rafael Richard, antigo dançarino de Mapiko explicou como esta expressão artístico-cultural era executada, "antigamente, os grupos de Mapiko actuavam a quando da saída dos rapazes dos ritos de iniciação e estas aconteciam as quintas, sexta-feiras, sábados e domingos.
Actualmente, dança-se sempre que houver uma ocasião para o efeito: para diversão, recepção de individualidades e em cerimónias familiares."
A evolução do mapiko trouxe algumas variantes, a destacar o Mapiko Likuti, executado pelos mais velhos. A variante Ntchetcho é dançada por todos, desde que os executantes tenham passado pelos ritos de iniciação. Surge o Mapiko Lingundumbwe, mapiko femenino, esta variante não era do agrado dos homens, eles achavam que este era uma imitação do Likuti.
O Mapiko é considerada uma dança tipicamente masculina, a música é acompanhada por uma orquestra de 5 tambores diferentes, que têm cada um, uma função específica em cada momento da actuação. (x)