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quinta-feira, 22 abril 2021 13:20

Hortêncio Langa, amigo

Gonçalo António Ferrão Júnior (Rwesy) Gonçalo António Ferrão Júnior (Rwesy)

Incrédulos, inconformados, impotentes

Rogando à Deusa dos Céus, que espere somente por mais uns instantes

Vemos doloridos tua alma, inexoravelmente seguir essa viagem sem volta

Ao chamamento do dono da vida, para onde o dia não tem conta.

Abraçados, ao incomensurável sofrimento pela tua ausência física

Como um náufrago desfalecido em mares tenebrosos de incendiária faísca

Choramos todas as lágrimas gordas da humanidade em pranto

Como só as viúvas e mães podem chorar a dor do sofrimento

Irreparavelmente queda-mo-nos no reviver os momentos que partilhamos

Nos concertos de Moz jazz, Moz coros, nos palcos de música internacionais

Onde como embaixador da arte e cultura de todo um povo em festivais

O som inconfundível da tua viola levou mensagens de amor em tuas canções

Para ecoar eternamente no ritmo da vida da alma das gentes em foliões

Inconsolados, Mestre! vamos prosseguir teus ensinamentos nos caminhos da arte

No dedilhar da forja de identidade cultural do nosso projecto de nação

E na sombra do teu legado, vamo-nos retemperar para criar esse homem novo, com arte

Que só conhece a justiça, solidariedade e amor fraterno entre os homens de coração.

Como órfãos, vamos celebrar na luz dos teus ideais, em cada momento,

A heroicidade e valor da arte, na identidade dos povos em qualquer canto,

A cidadania universal no coração de cada jovem patriota de vontade inquebrantável

A simplicidade de ser pai, avo, marido, irmão e amigo em dimensão inigualável.

Amigo!

À terra devolvemos com vénia honrosa teu corpo

Connosco,

Retemos o património universal dos momentos contigo vivenciados

Porque a morte,

Nunca mata aqueles que deram lições de vida de excelência!

Para sempre, Juntos!

Rwesy

 Maputo, 13/03/21

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