O jornalista britânico Tom Bowker, também editor do portal Zitamar News, em Moçambique, recebeu, no início desta semana, indicação do Serviço Nacional de Migrações de que deverá deixar o país. Em causa estará a falta de documentos, pedidos ao jornalista, que provem a existência do órgão Zitamar. A Bowker já teria sido anteriormente retirado, pelo Gabinete de Informação (GABINFO), o cartão de jornalista. O MISA-MOÇAMBIQUE (Instituto para a Comunicação Social da África Austral- Moçambique) manifestou esta sexta feira, (29.01), "a sua profunda preocupação e repúdio perante a decisão do Governo de expulsar o jornalista e editor”. "De particular preocupação está o facto de a decisão ter sido tomada de forma arbitrária, sem o seguimento dos procedimentos legais que, quanto ao MISA, eram pertinentes para este caso, como, por exemplo, a não fundamentação da decisão, assim como a sua transmissão por via oral, sem qualquer documento oficial escrito”, explica o Instituto através de um comunicado. Falta de "transparência e profissionalismo” O MISA considera ainda que as autoridades governamentais tinham o dever de provar "a matéria acusatória em fórum próprio” e ao visado ser dado o direito à defesa. O instituto salienta que "o assédio a que o jornalista e sua família foram sujeitos era absolutamente injustificável” e chama a atenção para a falta de "transparência e profissionalismo” que ditaram a condução do processo. "Deixa transparecer que se esteja a usar as instituições do Estado para a movimentação de expedientes políticos de manifesta ilegalidade”, sublinha. Tom Bowker tem-se dedicado à cobertura da situação em Cabo Delgado e a temas como a corrupção, que envolvem figuras ligadas ao Governo moçambicano. Não há entretanto, até o momento, confirmação da expulsão do jornalista do país.