Paulo Vahanle recusou que as contas do Fundo do Programa de Redução da Pobreza Urbana (PERPU), referentes a 2018 e 2019, fossem auditadas. O autarca diz que não recebeu essas verbas e fala em perseguição política.
O presidente do Conselho Municipal da cidade de Nampula, Paulo Vahanle, recusou receber uma equipa de auditoria do Ministério da Economia e Finanças, através da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), que queria, na última segunda-feira (16.11), dar início a uma auditoria às contas do Fundo do Programa de Redução da Pobreza Urbana (PERPU).
Segundo o autarca da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o Governo central não canalizou o dinheiro em causa: "Em 2018 e 2019 eu não recebi esses fundos [do PERPU]. Como é que sua excelência ministro da Economia e Finanças vai mandar uma equipa auditar um valor que não entrou no município? O que significa?"
Um documento enviado ao município de Nampula, a que a DW teve acesso, com data de 10 de novembro, informava o Governo local sobre o início da auditoria aos fundos do PERPU em Nampula, a 16 de novembro, por despacho do ministro da Economia e Finanças.
Paulo Vahanle acusa o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), de perseguição política, afirmando que o Governo "tem intenção de prender o presidente do Conselho Municipal, os vereadores e outros quadros" por serem da RENAMO.
"A pretensão da FRELIMO é resgatar, de acordo com as suas alegações, o município da cidade de Nampula", sublinha.
Nos últimos seis meses, o município de Nampula recebeu e trabalhou com auditores da IGF, delegação de Nampula, em diferentes setores, com destaque para o Balcão Único de Atendimento Municipal, onde a edilidade era alegadamente suspeita de desvios fundos. No entanto, segundo o autarca, a equipa concluiu o trabalho sem ter apresentado nenhuma conclusão ou recomendação.(x)