Documentos apresentados pela Privinvest no tribunal comercial de Londres, confirmam pagamentos feitos a altos funcionários do Estado, incluindo ao atual Presidente em 2014. O início do julgamento não deverá acontecer antes do final do ano.
Primeiro foi o banco Crédit Suisse a ameaçar chamar o Presidente de Moçambique como testemunha. Agora foi o grupo libanês Privinvest a invocar Filipe Nyusi no processo das dívidas ocultas na justiça britânica.
A procuradoria geral da república espera anular dívidas aos bancos por alegada corrupção.
Documentos apresentados pela Privinvest no tribunal comercial de Londres confirmam pagamentos feitos a altos funcionários do Estado, incluindo ao atual Presidente em 2014 como donativos para a campanha eleitoral de Nyusi e da Frelimo.
Detalham também transferências bancárias para outros dirigentes como antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang.
Mas a Privinvest garante que não eram subornos, apenas dinheiro para investimentos.
Um porta-voz da Frelimo disse à agência Bloomberg que os pagamentos a Nyusi não são ilegais.
Filipe Nyusi era ministro da Defesa quando foram contraídos os empréstimos que resultaram nas dívidas ocultas de dois mil milhões de dólares.
Pelo que parece muito provável que seja chamado a esclarecer em Londres como foram autorizados os contratos que afundaram Moçambique numa crise financeira.
Bruno Manteigas, correspondente em Londres.(x) Fonte: RFI