A Polícia Judiciária guineense prendeu os dois médicos que assistiram Bernardo Catchura, antigo presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) da Guiné-Bissau, que faleceu na passada sexta-feira em Bissau. A PJ suspeita os dois médicos de não ter actuado conforme mandam as regras deontológicas médicas para salvar a vida de Catchura.
Logo no dia em que foi declarada a morte de Bernardo Catchura, a PJ iniciou as diligências para apurar as circunstâncias da morte do activista de 39 anos.
De imediato, a PJ deslocou-se à clínica do doutor Lassana Ntchassó, no bairro Militar, onde fez perguntas e examinou o cadáver de Catchura.
Esta quarta-feira, a PJ chamou para averiguações os médicos Lasssana Ntchassó e Arlindo Quadé, médico que estava de serviço nas urgências do hospital nacional Simão Mendes em Bissau.
A PJ suspeita que houve negligência médica e que os dois clínicos não fizeram tudo o que deveriam ter feito, conforme o protocolo médico, para atender Bernardo Catchura.
Após cerca de três horas de interrogatórios e após uma acareação, os dois médicos foram conduzidos para as celas da PJ no bairro de Reno, em Bissau.
Podem ser presentes ao Ministério Público esta quinta-feira para que seja efectivada a prisão de ambos ou então serão postos em liberdade para posteriores procedimentos judiciais.
Um grupo de advogados guineenses que está actualmente a recolher elementos de prova, pretende que os dois médicos e outros responsáveis pela morte de Bernardo Catchura sejam levados a julgamento.
O Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, também abriu um inquérito sobre o caso.(x) Fonte: RFI