Numa altura em que os casos de infecção pelo coronavírus continuam a subir diariamente na Guiné-Bissau, os técnicos guineenses que combatem a doença ameaçam cruzar os braços. Anunciam que a partir desta sexta-feira vão avançar para uma greve geral no intuito de exigir o pagamento de subsídios pelo trabalho que fazem.
Os técnicos guineenses dizem que a greve relaciona-se com o facto de estarem cansados de tanto aguardar por respostas das autoridades. Que já tentaram falar com Magda Robalo, a Alta Comissária contra a covid-19, mas que não foi possível.
Sendo assim decidiram que a partir desta sexta-feira, dia 5 de Fevereiro, vão paralisar os trabalhos de assistência e de rastreio aos doentes da covid-19. Foi o que disse esta quinta-feira Undiga Mendes, porta-voz e coordenador de um colectivo de técnicos guineenses que combatem a pandemia.
«É uma decisão para manter sim, porque tentamos, desde 15 de Janeiro, um encontro de trabalho com a Alta Comissária para a covid-19 e que não surtiu efeito de lá esta parte. No entanto, na última sexta-feira, demos entrada a uma nota de paralisação que vai iniciar amanhã (sexta-feira) e não fomos convocados para uma reunião. Vamos continuar assim, paralisando a partir de amanhã (sexta-feira) até que seja atendida essa preocupação. (Estamos a exigir) o pagamento total das dívidas, essa é a luta», explicou o representante dos técnicos de saúde grevistas.
As dívidas a que Undiga Mendes se refere seriam o pagamento de sete meses de subsídios em atraso aos técnicos que trabalham no interior do país e seis aos que combatem a doença em Bissau, a capital.
Nos dias em que deve decorrer a greve, convocada por tempo indeterminado, os técnicos apenas garantem os serviços mínimos no centro de internamento para a covid-19 no hospital Simão Mendes e no hospital da igreja católica, de Cumura, em Bissau.
De referir que de acordo com as autoridades sanitárias, foram contabilizados esta quinta-feira um óbito e 31 casos suplementares nestas ultimas 24 horas. A Guiné-Bissau contabilizou até ao momento um total de 2.692 contaminações e 46 vítimas mortais da pandemia.(x) Fonte: RFI