É o que diz a diretora adjunta de Saúde Pública de Moçambique sobre o adiamento anunciado pela África do Sul, no domingo, diante da falta de eficácia da vacina da AstraZeneca contra a variante sul-africana do vírus.
O adiamento foi anunciado no domingo (07.02) devido à falta de eficácia contra a variante do novo coronavírus 501Y.V2 dominante no país, anunciou o ministro da Saúde sul-africano. A mesma variante também circula em Moçambique, país vizinho.
Segundo anunciou o ministro da Saúde em janeiro, 70% das amostras positivas de covid-19 em Moçambique do mês de dezembro já eram constituídas pela nova variante.
Nesta segunda-feira (08.02), o adiamento foi encarado com receio por Benigna Matsinhe, diretora adjunta de Saúde Pública de Moçambique. "Recebemos esta informação pouco agradável, porque era uma daquelas vacinas que a maior parte dos países africanos" prevê usar, por ser de mais fácil conservação, referiu.
É também a aposta "do mecanismo Covax, apoiado pela Organização Mundial de Saúde e a Aliança de Vacinas (Gavi) que são os principais financiadores [de vacinas] em países africanos", acrescentou.
"Balde de água fria"
"Este é um grande balde de água fria, mas temos a certeza de que alguma coisa será feita" pelas farmacêuticas, como até aqui tem acontecido, disse Benigna Matsinhe.
Enquanto que as outras vacinas requerem temperaturas negativas, algumas extremamente baixas, a da AstraZeneca pode ser conservada entre dois a oito graus, dentro da capacidade logística de Moçambique, notou.
Desde que foi declarado o primeiro caso em Moçambique, em março de 2020, o país registou um total de 465 óbitos devido à covid-19 e 44.912 infeções, 61% das quais recuperadas.
Novas restrições
O Presidente moçambicano anunciou na quinta-feira, entre 20 novas medidas, um recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, que abrange os distritos de Matola, Boane e Marracuene.
As novas restrições, que vigoram desde sexta-feira, com duração de 30 dias, foram decretadas face ao aumento do número de óbitos, internamentos e casos de covid-19 que só em janeiro superaram os números de todo o ano de 2020, concentrando-se em Maputo. (x) Fonte: DW