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quinta-feira, 11 fevereiro 2021 13:16

Coronavírus: os 4 pilares para manter a imunidade em dia

Responsável pelas defesas naturais do nosso organismo, o sistema imunológico virou o centro das atenções em tempos de coronavírus.

Isso porque, como ainda não temos medicamentos ou vacinas para nos proteger desse novo vírus, combatê-lo depende inicialmente da capacidade de resposta de cada indivíduo à doença, conhecida como covid-19.

Sendo assim, mesmo que não impeça ninguém de contrair a doença, ter uma imunidade em dia é vital para ajudar na luta contra a infecção e na recuperação do doente, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Segundo eles, são quatro os pilares de uma "boa imunidade": praticar exercícios físicos regularmente, reduzir o estresse, dormir bem e ter uma alimentação balanceada.

Não existe essa história de imunidade alta. Existe imunidade normal ou imunidade baixa por algum problema que a pessoa tenha, como doenças ou uso de medicamentos imunossupressores (que reduzem a atividade ou eficiência do sistema imunológico, usados, por exemplo, quando o paciente recebe um órgão transplantado). Imunidade alta não existe, não tem como elevar a imunidade", explica o infectologista Alberto Chebabbo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.

"Ou seja, quem tem imunidade normal, tem o risco de contrair a doença e desenvolver os sintomas. Quem tem imunidade baixa, inclusive os idosos, porque seu sistema imunológico já envelheceu, tende a apresentar os sintomas mais graves da doença", acrescenta.

Importância dos quatro pilares

Por que esses quatro pilares são tão importantes?

Segundo Faria, cada um deles tem um impacto diferente no funcionamento do sistema imunológico.

Mas, para isso, é preciso entender o que é o sistema imunológico e como ele funciona.

Em linhas gerais, ele é um conjunto complexo de células, tecidos, órgãos e moléculas que cumprem funções específicas em uma resposta coordenada para neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas — antes que sejam fatais.

Diante de uma nova ameaça, o corpo tem de partir do zero e construir as defesas necessárias. Mas, no caso de um vírus, este processo costuma ser mais demorado do que a velocidade com que este tipo de microrganismo se multiplica e infecta células.

"É uma corrida, em que o adversário avança mais rápido do que o sistema imunológico é capaz de desenvolver mecanismos de ação para combatê-lo", afirma o imunologista Renato Astray, pesquisador do Instituto Butantan.

Isso não significa, no entanto, que a batalha esteja perdida. O sistema imunológico encontra com o tempo formas de acabar com a ameaça, como vem ocorrendo nesta epidemia de coronavírus.

Mas o que é uma dieta balanceada?

A BBC News Brasil ouviu a nutricionista Julia Granje. Ela alerta "que não existe nenhum alimento ou vitamina que combata o novo coronavírus. Mas, obviamente, quando o sistema imune está ativo e saudável, vai ajudar a lutar a combatê-lo". Confira as dicas dela:

• Monte um "prato colorido"

Granje recomenda comer dez porções de 80 gramas por dia, sete de legumes e verduras e três de frutas, de cores diferentes. "Cada cor dos alimentos reflete o tipo de micronutrientes que têm neles". "Desafio meus pacientes a colocar pelo menos cinco cores no prato".

Em relação aos micronutrientes, ela destaca o zinco e o selênio.

"O zinco é encontrado nas carnes vermelhas e no fígado de frango. Também nas ostras, que são muito ricas em zinco."

Ela acrescenta que o zinco também está presente nos vegetais, "mas em menor quantidade", como no feijão.

"A quantidade de zinco que encontramos no feijão é a metade da de uma carne vermelha. Isso é um alerta importante para quem é vegetariano", assinala.

Já o selênio é encontrado na castanha do Pará. "Duas castanhas por dia já são suficientes. A farinha de trigo também é fonte de selênio".

Granje também recomenda comer menos carboidratos simples, como massas, arroz branco, pães e bolos. Prefira os carboidratos "complexos", ou seja, aqueles integrais, recomenda.

"Não gosto de vilanizar os carboidratos. O problema é que o brasileiro come muito pouca fibra. E sabemos que carboidratos simples, quando ingeridos em excesso, tendem a induzir uma resposta inflamatória do nosso corpo, o que pode ser prejudicial se você já está combatendo uma infecção", acrescenta.

• Não esqueça das "vitaminas antioxidantes"

Segundo Granje, vitaminas A, C, D e E são muito importantes. Ela ressalva, contudo, que muitos brasileiros vêm se "superssuplementando" de vitamina D.

"Não adianta tomar vitamina D sem ter a exposição ao sol. Porque o que ativa a vitamina D é essa exposição ao sol. Como se trata de uma vitamina lipossolúvel, se você toma em excesso, nosso corpo não a excreta. É diferente da vitamina C, que as pessoas também tomam em excesso, mas isso é excretado pela urina", explica.

• Cuide de seu intestino

Granje destaca que pesquisas mostram a influência da nossa microbiota intestinal em nossa imunidade — nossos intestinos são habitados por 100 trilhões de bactérias de diferentes espécies. Neste sentido, ela reforça a importância do consumo de fibras.

"Infelizmente, não prestamos muita atenção a isso."

Um imenso estudo conduzido nos Estados Unidos, o Estudo Americano do Intestino, sugere que aqueles cujas dietas incluem mais alimentos à base de plantas têm um microbioma mais diversificado, diz Daniel McDonald, diretor-científico do projeto.

• Baixo consumo de álcool e sódio

O álcool e o sal em excesso podem ser prejudiciais para o sistema imunológico. Seu consumo deve ser feito com moderação.

Segundo pesquisa da Escola Médica da Universidade de Massachusetts (EUA), o consumo exagerado de álcool prejudica a capacidade do organismo de combater infecções virais, especialmente do sistema respiratório, inibindo o funcionamento de proteínas responsáveis pela regulação do sistema imune.(x)

Fonte:BBC

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