Um comboio transportando cerca de 400 mil litros de diesel descarrilou na noite de quarta-feira, no Reino de eSwatini, junto à fronteira com Moçambique, provocando derrame do combustível para o rio Umbelúzi, que abastece a região do grande Maputo.

A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul) garante entretanto, que neste momento a Barragem dos pequenos Libombos fechou as comportas, não havendo por isso, risco de contaminação do recurso, que chega à Estação de Tratamento do Umbelúzi. A unidade que trata a água para o grande Maputo está, neste momento, a ser alimentada pelo rio Movene, um tributária à jusante.

Ainda assim, Edgar Chongo, director geral da ARA-Sul, recomenda as comunidades que vivem entre a fronteira e a barragem para que não usem a Água, por ser imprópria para o consumo humano. O descarrilamento do comboio com oito tanques de combustível, ocorreu em território de eSwatini, a um quilómetro da fronteira de Goba e já ontem eram visíveis os sinais de contaminação do rio.

Falando em Goba, o responsável da ARA-Sul disse que o facto ocorreu na mesma altura em que a composição passava da estação hidrométrica localizada junto à fronteira, um caudal de 13 metros cúbicos por segundo (m³/s), o que o transporte do combustível em direção às Barragem dos pequenos Libombos.
A infra-estrutura acolhia até ontem cerca de 185 milhões de m³/s de água, quase metade da sua capacidade de armazenamento, algo que não se verifica há mais de cinco anos, devido a estiagem no sul do país.

Num trabalho coordenado com a empresa dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), decorrem acções de monitoria dos danos, o que culminará com a limpeza integral do rio.

Neste sentido, uma empresa contratada para o efeito estava a ontem a mostrar barreiras de contenção de resíduos junto a ponte localizado no povoado de Maracujá, no posto administrativo de Goba. Trabalhos similares estão sendo previstos , numa extensão de perto de 10 quilometros entre a fronteira e pequenos Libombos.

Abubacar Mussa, administrador executivo dos CFM, falou sobre sobre os contatos em curso com a congénere swazi para apurar os volumes de combustível derramados no rio, tendo em conta que tombaram oito tanques e cada um transportava 50 mil litros, ainda que com resto nos depósitos. Acrescentou que do trabalho preliminar realizado há indicação de que o incidente se deveu à quebra de um carril nalgum ponto da linha.

Disse ainda que em questões desta natureza a companhia swazi será chamada a ressurcir o país pelos danos ao longo do rio, incluindo os trabalhos de limpeza, cuja duração não foi revelada.

O rio Umbelúzi é usado, não só para o abastecimento de água potável ao Grande Maputo, como também na agricultura das comunidades ao longo da bacia.(x) Fonte: Jornal Notícias