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domingo, 22 novembro 2020 10:24

Moçambique e Tanzânia fecham acordo para combater terrorismo

Comandante-geral da polícia de Moçambique anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com as autoridades da Tanzânia que visa partilhar informação e reforçar as patrulhas para travar a insurgência terrorista.

"Estamos certos que o memorando que assinámos com a República da Tanzânia para reativar pontos fundamentais para a garantia da ordem e segurança pública do país vai marcar a diferença. A Tanzânia está pronta a trabalhar connosco e nós também estamos prontos para colaborar", disse esta sexta-feira (20.11) Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma conferência de imprensa em Mtwara, sul da Tanzânia.

"Reunimos com as Forças de Defesa e Segurança da Tanzânia, trocámos informações em relação ao terrorismo, sobre a fronteira do rio Rovuma e a travessia dos terroristas", afirmou. "Acordámos para que trabalhássemos em conjunto no sentido de controlarmos a fronteira. As forças de defesa moçambicana precisam de saber informações sobre os terroristas que atuam na nossa pátria amada que é Moçambique", acrescentou.

Segundo Bernardino Rafael, o objetivo é trabalhar em conjunto com as populações que estão ao longo do rio Rovuma para denunciarem a possível movimentação ou travessia dos terroristas de um lado ao outro.

Moçambicanos entre os terroristas

Bernardino Rafael esteve reunido com o homólogo Simon Sirro durante esta sexta-feira (20.11), que lhe deu conta da detenção de um grupo de centenas de terroristas e colaboradores, no qual se incluem alguns moçambicanos.

"[As autoridades da Tanzânia] informaram-nos que, depois do ataque de Kitaya, detiveram 562 terroristas ou colaboradores de terroristas", anunciou o responsável da polícia moçambicana.

"Queremos trabalhar também com os moçambicanos [detidos] para que eles nos digam o que pretendem fazer com o nosso país", asseverou Bernardino Rafael.

Na quinta-feira (19.11), a polícia da Tanzânia deu conta da detenção de um número não especificado de pessoas que estava na iminência de se juntar aos militantes islâmicos que têm semeado o terror no norte de Moçambique. "Prendemos pessoas vindas de Kigoma, Mwanza e de outros lugares", informou na altura o chefe da polícia Simon Sirro aos repórteres, referindo que os detentos, na maioria jovens, confirmaram a intenção de viajar para Moçambique.

A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba. Os ataques em Cabo Delgado começaram em 2017, mas viram a sua intensidade reforçada desde o início deste ano. (x)DW

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