Todas as escolas na Inglaterra devem reabrir em 8 de março, como parte de um plano "cauteloso" do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para suspender o lockdown contra o coronavírus.
Johnson pretende anunciar nesta segunda-feira (22/02) seu roteiro detalhado para a reabertura do Reino Unido, após dois meses de um lockdown severo.
A média diária de pessoas infectadas saltou de 15 mil, no final de novembro, para 60 mil em janeiro. Agora, após o lockdown e o avanço da vacinação, essa média caiu para 11 mil. No total, 4,1 milhões de pessoas pegaram o coronavírus e 120 mil morreram.
Do que já se sabe dos planos de Johnson, até seis pessoas (ou duas famílias) poderão se reunir ao ar livre a partir de 29 de março. As regras serão suspensas em etapas, e quatro condições devem ser atendidas em cada uma dessas fases.
A primeira etapa de reabertura será dividida em duas partes:
De 8 de março: todas as escolas serão reabertas com esportes e atividades ao ar livre após as aulas permitidas. Recreação em um espaço público — como em parques — será permitida entre duas pessoas de casas diferentes, o que significa que elas poderão se sentar para tomar um café, beber ou fazer um piquenique.
A partir de 29 de março: encontros ao ar livre de seis pessoas ou duas famílias serão permitidos. Entende-se que isso incluirá encontros em espaços privados abertos, como jardins de casas. As instalações esportivas ao ar livre, como quadras de tênis ou basquete, serão reabertas e os esportes organizados para adultos e crianças, como futebol de base, também retornarão. Embora as escolas estejam programadas para reabrir a todos os alunos em 8 de março, acredita-se que alguns dias de flexibilidade podem ser incluídos para permitir que medidas como testes em massa sejam implementadas. Também em 8 de março, novas regras permitirão que cada lar de idosos residente na Inglaterra tenha um visitante regular, com quem eles podem ficar de mãos dadas.
E a partir de 29 de março também ficou claro que as pessoas mais uma vez poderão viajar para fora de suas áreas residenciais — embora a orientação provavelmente recomende permanecer no local e pernoites não serão permitidos.
Dados sobre a propagação da doença serão usados para tomada de decisões em cada etapa da retirada das restrições, disse Johnson.
"Seremos cautelosos sobre esta abordagem para não desfazer o progresso que alcançamos até agora e os sacrifícios que cada um de vocês fez para manter a si e aos outros seguros", acrescentou.
4 condições para o avanço da reabertura
O roteiro de Johnson inclui quatro etapas para atenuar as restrições. Mas antes de prosseguir para cada etapa seguinte, o governo examinará os dados disponíveis para avaliar o impacto das mudanças anteriores.
As quatro condições que devem ser atendidas em cada fase de atenuação do bloqueio são:
- O programa de vacina contra o coronavírus precisa continuar dentro do planejado
- É preciso haver evidências de que as vacinas estão reduzindo suficientemente o número de pessoas que morrem com o vírus ou precisam de tratamento hospitalar
- As taxas de infecção não podem apresentar risco de aumento nas internações hospitalares
- Novas variantes do vírus não alterem fundamentalmente o risco de suspensão das restrições
O governo britânico disse que as quatro condições estão sendo cumpridas atualmente, e que, portanto, a primeira etapa da flexibilização do bloqueio na Inglaterra poderá continuar conforme planejado em 8 de março.
O primeiro estágio de flexibilização das restrições será em toda a Inglaterra devido à atual disseminação uniforme do vírus.
Os parlamentares ainda precisam aprovar os planos do governo.
Vacinas ajudam, mas hospitais ainda estão cheios
Há dados preliminares sugerindo uma redução na transmissão do vírus em pessoas que receberam a vacina, com as internações caindo "muito mais acentuadamente" do que na primeira onda da pandemia, segundo o secretário de Saúde, Matt Hancock.
No entanto, Hancock disse à BBC que o número de pessoas hospitalizadas — atualmente em torno de 18 mil — ainda era "muito alto".
Sir David Spiegelhalter, professor de estatística da Universidade de Cambridge, disse que os dados sobre fatores como internações hospitalares e mortes são "extremamente positivos" e "melhores do que as pessoas estavam prevendo".
No domingo, Hancock reiterou a nova meta do governo de oferecer pelo menos uma dose para todos adultos com 50 anos ou mais até 15 de abril.
A meta é vacinar todos os adultos do país até o final de julho.
Até agora, mais de 17,5 milhões de pessoas no Reino Unido receberam uma dose de vacina.
A ordem de prioridade para os menores de 50 anos receberem as vacinas ainda não foi definida pelo Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI).
O professor Adam Finn, membro do JCVI, disse à BBC no domingo que esperava um anúncio a ser feito sobre as prioridades da vacina em algum momento desta semana.(x)