O Centro para a Democracia e Desenvolvimento CDD exige do governo moçambicano transparência na administração da vacina contra a covid-19 para os grupos realmente prioritários. Esta organização da sociedade civil receia que os governantes se possam beneficiar, daí que considera de carácter urgente a divulgação de um plano de vacinação pelas autoridades.
Numa altura em que Moçambique acaba de receber 200 mil doses de vacina contra a covid-19 da farmacêutica chinesa Sinofarm, o Centro para a Democracia e Desenvolvimento através do seu director executivo, Adriano Nuvunga, levanta alguns questionamentos sobre as prioridades a serem estabelecidas na repartição das vacinas para já disponíveis num país que contabiliza 30 milhões de habitantes.
«E quem vai ficar de fora? Todos nós temos pressa em ter a vacina para podermos estar imunizados. Não há duvida que o pessoal da saúde deve ser priorizado», considerou o dirigente da CDD.
O plano de vacinação ainda não foi divulgado pelo governo moçambicano o que, diz Adriano Nuvunga, para a sociedade civil é preocupante.
«É preocupante porque temos certeza de que os dirigentes vão se vacinar primeiro. Provavelmente não havemos de ver o que vemos nos outros países, o presidente a ser vacinado, mas sabemos que vão se vacinar a si próprios», declarou Adriano Nuvunga.
Moçambique recebeu da China as primeiras 200 mil doses da vacina esta semana e prevê-se para os próximos dias a chegada de mais 100 mil provenientes da Índia. O país aguarda igualmente as vacinas a serem obtidas ao abrigo do mecanismo internacional Covax que visa repartir as vacinas de forma equitativa pelos países com menos rendimentos.(x) Fonte: RFI