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terça-feira, 23 março 2021 02:24

Jornalista da BBC levado por homens sem identificação é libertado em Mianmar

Quarenta jornalistas foram presos desde que o governo civil foi derrubado em um golpe militar em 1º de fevereiro Quarenta jornalistas foram presos desde que o governo civil foi derrubado em um golpe militar em 1º de fevereiro

O repórter da BBC Aung Thura, que havia sido preso em Mianmar na semana passada, enquanto cobria o golpe militar vivido pelo país, foi libertado nesta segunda-feira (22/03).

Thura, que trabalha no serviço birmanês da BBC, havia sido levado por homens à paisana enquanto fazia uma reportagem em frente a um tribunal na capital do país, Nay Pyi Taw.

Quarenta jornalistas foram presos desde que o governo civil foi derrubado em um golpe militar em 1º de fevereiro.

Os militares também revogaram as licenças de cinco empresas de mídia.

Aung Thura foi levado com outro repórter, Than Htike Aung, que trabalha para a agência de notícias local Mizzima, e que teve sua licença de operação revogada pelo governo militar no início deste mês.

Os homens que detiveram os jornalistas chegaram em uma van sem identificação por volta do meio-dia no horário local. A BBC não conseguiu contatá-lo depois disso.

A BBC confirmou sua libertação na segunda-feira, mas não deu mais detalhes.

De acordo com a ONU, pelo menos 149 pessoas morreram durante a desobediência civil, embora o número real seja considerado muito maior. Um dos dias mais sangrentos foi 14 de março, quando 38 foram confirmados como mortos.

O fim de semana também teve novos protestos com várias pessoas mortas, segundo relatos.

Um homem teria sido morto a tiros na cidade central de Monywa e também houve relatos de vítimas na segunda maior cidade do país, Mandalay.

Manifestantes em todo o país organizaram protestos noturnos à luz de velas no fim de semana, e em algumas áreas se juntaram a monges budistas segurando velas.

Mais protestos eram esperados para segunda-feira, especialmente na maior cidade de Mianmar, Yangon.

Entretanto, uma declaração conjunta das embaixadas da União Europeia, dos EUA e do Reino Unido condenou "a violência brutal contra civis desarmados pelas forças de segurança".

A declaração faz um apelo aos militares para suspender a lei marcial, libertar detidos, pôr fim ao estado de emergência e restaurar a democracia.

O primeiro-ministro da Malásia, Muhyiddin Yassin, criticou entretanto o uso da força letal pelos militares e apelou a "um caminho para soluções pacíficas".

Ele ecoou um apelo do presidente indonésio, Joko Widodo, para que a Associação das Nações do Sudeste Asiático realizasse uma cúpula sobre a situação em Mianmar.(x)BBC

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