Mais de 500 civis mortos pelas forças de segurança desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro em Myanmar, onde os grupos étnicos armados ameaçam agora colaborar com os dissidentes se o banho de sangue continuar no país.
Os três principais grupos étnicos armados em Myanmar fizeram, esta terça-feira, um ultimato à junta militar. O Exército Arakan (AA), o Exército de Libertação Nacional de Taang e o Exército da Aliança Democrática Nacional de Mtanmar ameaçam anular o acordo de cessar-fogo se as mortes de manifestantes continuarem no país.
Um alerta que surge depois do fim-de-semana mais sangrento no país, com mais de 100 mortos, segundo estatísticas divulgadas pela Associação de Assistência a Presos Políticos da Birmânia, que acrescenta que “o número de mortos provavelmente é muito maior" tendo em conta as centenas de pessoas detidas e desaparecidas.
O Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se de urgência amanhã. Um encontro convocado pelo Reino Unido, que deverá realizar-se à porta fechada e no qual não há nenhuma certeza de que se possa chegar a um acordo sobre uma nova declaração, uma vez que para tal é necessária unanimidade dos membros, incluindo a China e a Rússia.
O secretário-geral das Nações Unidas António Guterres já apelou a comunidade internacional a “mais unidade” e a um “maior compromisso” para pressionar a junta militar.
A junta militar, que derrubou a chefe de Governo civil Aung San Suu Kyi, tem reprimido de forma violenta as manifestações diárias que pedem o regresso da democracia e a libertação de antigos líderes.(x) Fonte: RFI