Duas pessoas ficaram feridas, uma dos quais em estado grave, num novo ataque de um grupo armado contra um veículo ligeiro na quarta-feira (25.11), numa zona rural de Dombe, centro de Moçambique.
A carrinha foi alvejada pelas 14h00 locais em Seventine, uma aldeia a poucos quilómetros da sede do posto administrativo de Dombe (Sussundenga), junto à N260, a única estrada asfaltada de ligação interdistrital em Manica, contaram à Lusa moradores locais esta quinta-feira (26.11).
"Foram disparados muitos tiros, muitos tiros", enfatizou Sebastião Maguze para descrever a quantidade de disparos que inicialmente pensou visarem a aldeia.
"Depois soubemos que eram contra um 'machimbombo'", nome dado a viaturas de transporte coletivo.
"Estávamos na machamba (horta) quando houve os disparos, saímos de imediato em direção à aldeia e na estrada encontrámos as pessoas a serem tiradas para outro carro e levadas para o hospital", contou à Lusa outro morador.
Vítima submetida a cirurgia
As vítimas foram inicialmente socorridas no posto de saúde de Dombe, mas o motorista da viatura atingida foi transferido para o Hospital Provincial de Chimoio (HPC), devido à gravidade dos ferimentos.
Em declarações à Lusa, Rachid Engenheiro, diretor do banco de socorro do HPC, confirmou a entrada do paciente que depois foi sujeito a uma cirurgia.
"O paciente continua na sala de reanimação em estado de saúde moderado e aguarda decisão médica para transferência para o Hospital Central de Maputo", disse.
Contactada pela Lusa, a Polícia de Manica remeteu detalhes para mais tarde.
Responsabilidade da Junta militar da RENAMO?
O veículo ligeiro transportava funcionários, agentes comunitários e voluntários, que trabalham na área de saúde nas zonas rurais no âmbito do PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da Sida) e da organização internacional de saúde Jhpiego.
Este é o segundo ataque em menos de uma semana na mesma zona e que as autoridades atribuem à autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), dirigida por Mariano Nhongo.(x) Fonte: DW