A corrupção em Moçambique continua sem freios. Em 2016, o país registou 493 casos, número que subiu para 695, em 2017. No ano seguinte, houve 761 processos, menos três em relação a 2019. Este ano, no primeiro semestre foram registados 340 casos. Feitas as contas, em quase cinco anos o Estado foi lesado em 2.674.972.380,28 de meticais, de acordo com a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
Helena Kida falava durante a abertura do conselho coordenador da instituição que dirige, mas não forneceu pormenores sobre a questão da corrupção, como por exemplo pontar os sectores onde houve mais casos e os valores envolvidos.
Entretanto, a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos disse que o sector precisa redefinir ou aprimorar a estratégia para que a Justiça seja um exemplo pelas boas práticas e transparência na gestão, ética e probidade.
Para tal, prosseguiu a governante, a inspecção da instituição deve liderar o processo em colaboração com as demais áreas similares e comissões de ética.
Num outro desenvolvimento, Helena Kida falou da celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos. E faltam poucos para a efeméride, em que Moçambique vai apresentar o seu relatório sobre a matéria ao Terceiro Ciclo de Avaliação do Mecanismo de Revisão Periódico Universal, ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Sobre este assunto, Helena Kida reconhece a vulnerabilidade do país a cheias, ciclones, seca, conflitos políticos e militares na zona centro, o terrorismo em Cabo Delgado e a pandemia da COVID-19 como fenómenos que concorrem para a violação de direitos humanos.
Os problemas arrolados pela ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos comprometem a implementação das recomendações do Mecanismo de Revisão Periódica Universal sobre a promoção e protecção dos direitos humanos em Moçambique, segundo as suas próprias palavras.
Helena Kida aproveitou a ocasião para prestar solidariedade às populações vítimas do terrorismo, incluindo os seus colegas que trabalham nas zonas afectadas pelo fenómeno.
Fonte: O País