A instabilidade provocada pela escalada da tensão entre israelitas e palestinianos "inspira as maiores preocupações" para o Médio Oriente, disse hoje o diretor-geral da OIM, que apelou para a necessidade de "rapidamente pôr termo a este conflito".
Contactado pela agência Lusa, no final de uma reunião com o chefe da diplomacia portuguesa, o responsável da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, disse estar preocupado com a incerteza geopolítica no Médio Oriente.
"Além da situação de instabilidade que existe, manifestamente, em Israel, preocupa-nos o facto de estarmos perante mais um fator de instabilidade, numa região, toda ela, profundamente afetada por problemas de instabilidade, desde o confito na Síria ao conflito no Iémen", concretizou o diretor-geral da OIM.
O Médio Oriente "inspira as maiores preocupações", não só para as Nações Unidas, mas também "para os países da região", razão pela qual exortou para a necessidade de haver "condições para rapidamente pôr termo a este conflito", que poderá alastrar a outros países, escalando a violência.
A mais recente onda de violência no já antigo conflito entre o Estado hebraico e o enclave já provocou a morte a 87 palestinianos, entre os quais 18 crianças e oito mulheres.
Israel reportou sete morte, uma delas uma criança de cinco anos.
Na sequência da escalada do confito, Telavive posicionou vários tanques e veículos blindados ao longo da fronteira com o enclave palestiniano.
O conflito entre Israel e o Hamas está a ser acompanhado por uma onda de violência entre judeus e muçulmanos em várias cidades israelitas.
Governada durante quatro séculos pelo Império Otomano, a Palestina fica, em 1922, sob o mandato do Reino Unido, que se compromete a criar na zona um "lar nacional judeu". Londres enfrentou a Grande Revolta Árabe de 1936 a 1939 e, a partir de 1945, a luta armada de grupos sionistas clandestinos.
Em 1947, a ONU aprova a partilha da zona em dois Estados independentes, um árabe e o outro judeu, bem como a criação de uma zona internacional em Jerusalém.
No dia seguinte ao da proclamação do Estado de Israel, a 14 de maio de 1948, os países árabes entram em guerra com o novo Estado. No final do conflito, Israel ocupa 78% da Palestina sob mandato britânico. Mais de metade da população palestiniana -- 760.000 pessoas -- segue o caminho do êxodo.
Durante o conflito israelo-árabe de 1967, Israel ocupa, além de parte dos montes Golã sírios e do Sinai egípcio, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, que anexa posteriormente.
Israel, que retirou à Jordânia o controlo da parte oriental de Jerusalém em 1967, proclamou, em 1980, a cidade como "capital eterna e indivisível". A comunidade internacional nunca reconheceu esta anexação e os palestinianos veem Jerusalém Oriental como a capital do seu futuro Estado.
No final de 2017, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, desencadeando a cólera dos palestinianos.(x) Fonte:Notícia ao Minuto