A trégua, que coloca fim a 11 dias de violência, está em vigor desde a madrugada de hoje. O Governo de Israel e o Hamas concordaram, esta quinta-feira (20.05), com um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediada pelo Egito.
O anúncio do cessar-fogo foi feito pelo gabinete do primeiro ministro israelita Benjamin Netanyahu, após rumores na imprensa israelita, e confirmado poucas horas depois por um funcionário do Hamas.
As reações da comunidade internacional não tardaram a chegar. O Presidente norte-americano, Joe Biden, foi um dos primeiros a reagir, agradecendo ao Egito e a todas as partes que se esforçaram para que se chegasse ao fim das hostilidades na região. Joe Biden lembrou ainda que o cessar-fogo é uma "oportunidade genuína" para construir uma paz duradoura no Médio Oriente.
"Acredito que os palestinianos e os israelitas merecem igualmente viver em segurança e usufruir de medidas iguais de liberdade, prosperidade e democracia. A minha administração vai continuar com a silenciosa, incansável diplomacia nesse sentido", prometeu.
Também António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, saudou a decisão e exortou as duas partes a iniciarem um "diálogo sério para abordar a raiz do conflito".
Pressão internacional
Por sua vez, o Presidente da Assembleia Geral da ONU, Volkan Bozkir, disse que "apesar de tardia, a notícia sobre o cessar-fogo em Gaza é tranquilizadora. Esta foi uma das principais exigências dos estados membros na reunião desta quinta-feira (20.05)".
E para Bozkir "mostra que quando a Assembleia Geral (da ONU) assume a liderança e os estados membros falam em conjunto, obtemos resultados".
Os rumores sobre uma possível trégua na Faixa de Gaza ganharam força, esta quinta-feira (20.05), depois do primeiro-ministro israelita ter convocado o Gabinete de Segurança para uma reunião.
Até aqui, Netanyahu rejeitou sempre um cessar-fogo entre as partes, insistindo que os ataques contra o Hamas continuariam até que se conseguisse recuperar a segurança no país.
No entanto, a pressão internacional parece ter falado mais alto, numa altura em que a nova espiral de violência na região já havia provocado a morte de pelo menos 239 pessoas, a maioria palestinianos.
Entre alegria e descontentamento
De acordo com os jornalistas no terreno, desde que entrou oficialmente em vigor a trégua, esta madrugada, apenas foram ouvidos tiros de celebração nas ruas de Gaza e também não foram disparados mais rockets por parte do Hamas.
Dos dois lados do conflito, as opiniões divergem.
Em Israel um cidadão diz: "Fico muito feliz que haja paz e espero que se mantenha por muito tempo. Veremos como corre, espero realmente que a paz se mantenha".
Já na Palestina há pessoas inconformadas: "Não queremos um cessar-fogo. Queremos que a Palestina seja livre. Eles roubaram as nossas terras. Isto não vai resolver nada".
Fontes diplomáticas egípcias disseram à France-Presse que o Cairo vai enviar duas delegações a Telavive e ao território palestiniano no sentido de garantir que o cessar-fogo anunciado é respeitado. Também o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken já fez saber que viajará em breve para o Médio Oriente.(x) Fonte:DW