Há mais de 3 anos e meio que Cabo Delgado, no extremo norte de Moçambique, é alvo de ataques de grupos armados com elos com entidades se reclamando do radicalismo islâmico.
“Inimigo sem rosto” como o chama o executivo moçambicano, este inimigo tem estado a ser observado por estudiosos, nomeadamente por João Feijó, investigador e coordenador do Conselho Técnico do Observatório do Meio Rural em Maputo, que recentemente divulgou um relatório baseado nos testemunhos de 23 mulheres que conseguiram fugir do cativeiro onde tinham sido colocadas pelos jihadistas.
Ao esboçar um retrato visto do interior, o investigador começa por evocar o contexto em que brotou a violência em Cabo Delgado.“Há muitos motivos que contribuíram para isto, a pobreza, tensões étnicas e motivos políticos”, refere nomeadamente o estudioso para quem se trata de “um ciclo que é preciso interromper”, sendo que “enquanto não se interromper este ciclo, podem pôr ali forças especiais, podem atirar as bombas que quiserem, o ciclo continua ali”. (x) Fonte: RFI