O PRESIDENTE da República Democrática do Congo (RDCongo) e da União Africana, Félix Tshisekedi, comparou esta quinta-feira (27) as acções de grupos terroristas na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, a um cancro que tem de ser parado, sob pena de se espalhar pelo continente.
"O problema em Moçambique é semelhante ao do leste do meu país, são grupos terroristas islâmicos que juraram fidelidade ao Daesh (acrónimo árabe do Estado Islamico) e não se trata de um problema que afecte apenas um país, e o risco é que este cancro se propague a toda a região, a todo o continente", disse em entrevista à Euronews.
"Temos de combatê-lo agora”, vincou o chefe do Estado da RDCongo, acrescentando: "Não podemos esperar, o que se está a passar em Moçambique atrai realmente a nossa atenção, porque é exactamente o mesmo fenómeno que estamos a viver no meu país".
Questionado sobre a melhor linha de actuação para combater os ataques, Tshisekedi defendeu que "o que é necessário fazer, tendo em conta que estas regiões são potencialmente ricas em minerais e outros recursos, é cortar o acesso a esse abastecimento, porque é isso que alimenta as suas actividades".
Para o chefe de Estado, é preciso "trabalhar de forma rápida, eficiente e em conjunto".
Grupos armados aterrorizam alguns distritos de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes e 714.000 deslocados.
A violência terrorista naquela província moçambicana tema das cimeiras extraordinárias das ‘troikas’ daComunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que hoje decorrem na cidade de Maputo.
Estas reuniões cimeiras realizam-se na sequência da abordagem regional que vem sendo feita no sentido de conjugar esforços na luta contra o terrorismo.(x) Fonte:Jornal Notícias