A República Centro-Africana (RCA) "condenou veementemente" o ataque do seu exército a um posto fronteiriço no Chade que causou a morte de seis soldados chadianos no domingo, cinco dos quais foram "raptados e executados".
A posição da RCA foi assumida numa reunião na terça-feira à noite em N'Djamena entre os chefes da diplomacia dos dois países.
O Chade denunciou um "crime de guerra" que não deixará "ficar impune", enquanto a RCA disse que o exército perseguia "na fronteira" elementos de uma coligação rebelde que tentam derrubar o Governo desde dezembro.
A intervenção de paramilitares russos tem feito recuar e quase derrotou aquela coligação rebelde, de acordo com a delegação de Bangui na reunião.
Bangui tentou apaziguar rapidamente o vizinho do norte e propôs uma "investigação conjunta" ao Chade, considerado um "país fraternal".
A República Centro-Africana enviou uma delegação de três ministros na terça-feira e carta do Presidente Faustin Archange Touadéra ao homólogo chadiano, Mahamat Idriss Déby, para encontrar uma solução diplomática para a crise.
"No início dos trabalhos, o lado centro-africano, após ter manifestado surpresa com o ataque, condenou-o veementemente e manifestou profunda solidariedade" ao Governo e ao povo chadianos, de acordo com uma declaração conjunta assinada pelos dois ministros dos Negócios Estrangeiros.
Fontes da ONU na RCA e fontes de segurança no Chade tinham afirmado que soldados da RCA e paramilitares russos, de um lado, e rebeldes da RCA e soldados chadianos, do outro, estiveram em confrontos numa aldeia do lado do Chade.
Bangui acusa regularmente o Chade de apoiar grupos armados e rebeldes da RCA.
Portugal tem atualmente 241 militares na República Centro-Africana, dos quais 183 integram a missão das Nações Unidas (Minusca).
Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela UE, até setembro deste ano.(x) Fonte:Notícia ao Minuto