O MPLA saudou a “coragem” de Lourenço.
A UNITA, o maior partido na oposição, diz que tanto João Lourenço como Francisco Pereira Furtado ocuparam altos cargos no sector da Defesa, sem contudo terem conseguido limpar a casa.
A deputada Mihaela Webba entende que o Chefe de Estado está a pedir algo que, de antemão, sabe ser uma tarefa impossível.
"O Presidente João Lourenço tornou-se Chefe de Estado e comandante em chefe das FAA em 2017, desde aquela data o que ele andou a fazer que não conseguiu acabar com os fantasmas das Forças Armadas? Isto só mostra que ele não está a combater corrupção nenhuma e este escândalo Lussaty vem demonstrar que o Presidente está a fazer combate selectivo à corrupção e impunidade porque se não o próprio governador do BNA devia já ter sido exonerado”, afirma Webba, sublinhando que “a corda arrebenta sempre pelo lado mais fraco".
O deputado independente pela CASA-CE, Makuta Nkondo, por seu lado, questiona a nacionalidade de Furtado.
"Ele já foi chefe de Estado-maior das FAA como cabo-verdiano e agora é o Chefe da Segurança do Presidente sendo cabo-verdiano, penso que é uma situação muito grave".
Nkondo também aponta o dedo ao Presidente, ao lembrar que ele foi “ministro da Defesa e que não conseguiu sanear as Forças Armadas, como comandante em chefe”.
Por isso diz estar “muito céptico que se consiga isso quando da sua própria casa saem malas e malas de dinheiros só de um simples major”, e pergunta “imaginem quantas malas não teria um general ou ele próprio o Presidente?”
“O Governo e o próprio João Lourenço caíram no descrédito", conclui.
O PRS, através do seu secretário-geral, Rui Malopa, também diz não acreditar que seja possível tal limpeza com o MPLA.
"Isto de sanear toda a Casa de Segurança do PR não vai resultar em nada porque o problema é um vírus que infectou todos eles, o próprio general Furtado já tinha sido indiciado há alguns anos, a questão é de sangue dos que dirigem o país desde 1975", afirma.
Entretanto, o MPLA, partido no poder, enalteceu hoje a "coragem e convicção demonstradas" pelo Presidente angolano na gestão do que considera "tão sensível processo" que envolve responsáveis da Casa de Segurança do Chefe de Estado.
Em comunicado, o secretariado do bureau político do Comité Central "encoraja" igualmente João Lourenço a "permanecer firme na liderança do combate sem tréguas à corrupção, à impunidade e ao nepotismo".(x) Fonte:VOA