Dezasseis instrutores indiciados de abuso sexual a instruendas deixaram na Escola Prática da Polícia, em Matalane, distrito de Marracuene, província de Maputo, foram transferidos para outros sectores da corporação.
Esta foi a medida encontrada para a instituição livrar-se do grupo de instrutores, num caso despoletado no ano passado e que provocou debate na sociedade moçambicana. Trata-se de instrutores que engravidaram 11 instruendas do XI curso básico da Polícia.
O “Notícias” soube que há indícios de que os instrutores em causa continuaram a protagonizar actos similares no curso iniciado em Março último, o que terá precipitado a sua transferência da Escola Prática de Matalane.
Para além de gravidezes indesejadas, os casos de assédio e violação sexual, ocorridos no ano passado, culminaram em abandono do curso.
O Comando Geral da Polícia registou ainda episódios de agressão a instruendos e na semana passada decidiu afectar novos instrutores.
Falando numa parada no Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Maputo, com os novos instrutores de Matalane, o comandante-geral da Polícia, Bernardino Rafael, disse que o grupo tem a responsabilidade de impor disciplina e formar quadros com qualidade e capacidade para responder à alteração da ordem e segurança públicas.
“Formar não é maltratar o homem, é ensiná-lo para que assimile os conhecimentos, de forma a aplicá-los no terreno. Esta é que é a essência de um formador ou instrutor”, disse.
Bernardino Rafael disse esperar que com esta mudança a corporação, em particular, e a sociedade moçambicana, em geral, passe a contar com quadros exemplares e determinados na formação de agentes comprometidos com garantia da ordem, segurança e tranquilidade públicas.