Em Inhambane, sul de Moçambique, alunas do ensino secundário, algumas menores de idade, ficaram grávidas durante o confinamento imposto pela pandemia. Autoridades governamentais negam ceder para já os dados da província.
Depois do período de confinamento, várias alunas regressaram grávidas às aulas nas escolas secundárias da província de Inhambane.
Elsa, uma jovem de 16 anos que frequenta a oitava classe, está grávida de seis meses. Conta que o homem que a engravidou lhe prometeu casamento, mas até agora continua em casa dos pais.
"Tenho 16 anos de idade, estou grávida de um jovem que trabalha no quartel, é um militar, ele ajuda-me a comprar comida e outras coisas da escola, porque a minha família não tem condições", explica.
Mirela, outra aluna de 16 anos que frequenta a Escola Secundária de Massinga, conta que devido à falta de condições na sua família, procurou casar com um funcionário público, mas foi enganada.
"Tenho 16 anos, ando na oitava classe, estou grávida de uma pessoa que trabalha no hospital. Vivo com os meus pais e ele estava a dizer que iríamos casar", diz.
Dados oficiais vão ser compilados
Cândida, aluna com 17 anos de idade, também ficou grávida durante o confinamento imposto pela pandemia, mas o namorado cuida dela e da família. "Estou grávida de sete meses do meu namorado, ele cuida de mim, da minha família e compra tudo", conta.
Contactada pela DW, a Direção Provincial da Educação e Desenvolvimento Humano em Inhambane informou que os dados sobre estes casos ainda estão a ser compilados para partilhar com o governador da região e só depois com a imprensa.
Hermenegilda Gafur, uma professora em Inhambane, confirma que há muitas meninas grávidas nas escolas, que ficaram grávidas durante o confinamento. "Na décima, décima primeira e décima segunda classe, são muitas. Só numa turma é possível ter duas ou três", exemplifica.(x) Fonte:DW