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sexta-feira, 04 junho 2021 10:58

África do Sul: Ramaphosa promete combater corrupção pública

Promessa foi feita pelo Presidente no Parlamento, numa altura em que estão a ser investigados mais de 840 milhões de euros em alegada corrupção no combate à Covid-19, que inclui familiares do ministro da Saúde.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, assegurou esta quinta-feira (03.06), no Parlamento, que o Governo sul-africano vai combater a corrupção pública, melhorar a economia do país e acelerar o programa de vacinação contra a Covid-19. "A luta contra a corrupção está a ganhar impulso devido à melhoria da capacidade do Estado a uma colaboração mais eficiente", declarou Ramaphosa no debate parlamentar sobre o orçamento. 

"Na quarta-feira, a Unidade de Investigação Especial apresentou um relatório sobre a investigação em torno dos contratos públicos para a Covid-19, muitas dessas investigações foram concluídas, houve recomendações para processos disciplinares de funcionários envolvidos com corrupção", adiantou Ramaphosa, sem avançar detalhes.

No entanto, apesar de os partidos políticos da oposição terem instado o chefe de Estado a tomar medidas contra o ministro da Saúde, Rampahosa evitou pronunciar-se sobre o atual escândalo de alegada corrupção pública que envolve o ministro Zweli Mkhize, apesar de ter dito que "aguardaria pelo resultado das investigações" para agir contra o governante.

Questionado depois do debate parlamentar pelos jornalistas se Mkhize deveria ausentar-se do cargo ou ser suspenso, o Presidente Ramaphosa declarou: "São questões que precisam de ser analisadas e gostaria que esse processo continuasse, e que as pessoas acreditassem e confiassem que estamos a tratar desse assunto e que o trataremos até ao fim", salientou.

Combate à Covid-19 sob investigação

O diretor da Unidade Especial de Investigação (SIU, na sigla em inglês), Andy Mothibi, disse na quarta-feira no Parlamento que as autoridades sul-africanas estão a investigar cerca de 14,3 mil milhões de rands (842,8 milhões de euros) em alegada corrupção pública no combate à Covid-19, que inclui familiares do ministro da Saúde, Zweli Mkhize.

A imprensa sul-africana revelou que o ex-porta-voz do ministro da Saúde, Tahera Mather, e a sua assistente pessoal, Naadhira Mitha, teriam recebido irregularmente milhões de rands através de serviços de comunicação em torno da Covid-19, que, por sua vez, teria beneficiado financeiramente e materialmente também o filho do ministro Mkhize.

O Ministério da Saúde reconheceu a existência de "irregularidades flagrantes" no processo de contratação pública, salientando que "será necessário responder".

Melhoria da economia e aceleração da vacinação

Na sua intervenção no Parlamento, Ramaphosa frisou que os indicadores económicos apontam para uma "melhoria" da economia da África do Sul após o impacto "devastador" provocado pela pandemia de Covid-19. O chefe de Estado sul-africano defendeu que a moeda nacional sul-africana, o rand, "está no seu melhor nível desde 2019 e, atualmente, supera as moedas dos nossos principais parceiros comerciais".

"Pela primeira vez em 18 anos, em 2020, registámos um 'superávit' anual na conta corrente", sublinhou Ramaphosa. "Em resultado da devastação causada pela Covid-19, estamos a recomeçar de um nível inferior, mas a maioria dos economistas e das agências ajustaram as suas projeções de crescimento para a África do Sul, incluindo o Fundo Monetário Internacional, que foi reviu em alta de 2,8% para 3,1% este ano", explicou.

Ramaphosa defendeu que "a sustentação dos níveis atuais de crescimento [económico], bem como o cumprimento das metas ambiciosas [da África do Sul], depende em grande parte do ritmo de distribuição da vacina".

Nesse sentido, o Presidente sul-africano anunciou que o Governo "assegurou doses de vacina suficientes para toda a população adulta de 41 milhões", salientando que a vacinação "está a ganhar ritmo, com mais de 70.000 vacinações por dia e em breve serão ultrapassadas as 100.000 por dia".

A África do Sul, com mais de 1,6 milhões de casos de infeção por Covid-19, pretende vacinar 67% da população de cerca de 60 milhões de pessoas até o fim do ano, segundo o chefe de Estado.

Nas últimas 24 horas, o país registou 5.782 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e mais 110 mortes associadas à covid-19, segundo as autoridades da saúde sul-africanas, salientando que foram já vacinadas 1.117.569 pessoas.(x) Fonte: DW

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