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sexta-feira, 04 junho 2021 11:03

Segundo o UNICEF: Uniões prematuras preocupantes no país

O FUNDO das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) manifestou,esta semana,a sua preocupação face ao elevado número de casos de uniões prematuras no país.
Arepresentante do UNICEF no país, Maria Luísa Fornara,quefalava em Maputo, nobalanço do progresso feito na implementação da Lei das Uniões Prematuras, disse que os mais recentes dados estatísticos indicam que 41,1 por cento das mulheres com idades compreendidas entre 20e 24 anos se casaram antes dos18 anos, uma diferença de 11,4 por cento, se comparado com os homens.


”As uniões prematuras ainda constituem um dos maiores desafios para o país, elas têm um impacto prejudicial sobre a saúde e o bem-estar das raparigas, impedindo que elas gozem dos direitos e escolhas”, lamentou.
Fornaraalertou paraos resultados negativos que esta prática pode trazer no desenvolvimento cognitivo emocional das raparigas, podendo chegar ao ponto de afectar o estado nutricional, educacional e terminar em morte.


”As uniões prematuras estão associadas a uma alta taxa de desistência escolar das meninas, pois elas sofrem pressão social da família e da comunidade para se casarem […], além disso, elas impedem que as meninas tenham as mesmas oportunidades que os rapazes para saírem da pobreza”, afirmou.
A representante do UNICEFdestacou outras causas que podem estar por detrás do elevado número de casos de uniões prematuras, a exemplo dos conflitos militares na região Centro e Norte do país e os desastres naturais, factores que, além de permitir que haja um elevado número de uniões prematuras, aumentam a pobreza.
Por sua vez, a presidente da Coligação para Eliminação dos Casamentos Prematuros (CECAP), Firosa Zacarias, fez referência ao relatório do Inquérito dos Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA(IMASIDA), referente ao ano de 2015, indicando que 48,2 por cento das raparigas em Moçambique se uniram com os seus parceiros antes dos18 anos, e 14,3 porcento uniram-se antes dos 15 anos.
Estabelecendo uma comparação, Firosadestacou a constatação de que na zona urbana a média é de 19,6 anos, contra 18,2 anos nas áreas rurais.

“Nas cidades regista-se uma menor proporção de raparigas casadas antes dos 15 anos”, sublinhou.
Como riscos que advêm das uniões precoces, Firosa Zacarias mencionoudoenças sexualmente transmissíveis, a violência baseada no género, trabalho infantil e a fístula obstétrica, factores que contribuem para exclusão da rapariga na sociedade.
“As uniões prematuras privam as meninas doacesso à educação, limitando suas oportunidades socio-económicas. Também limita o seu poder de tomada de decisão sobre seus direitos sexuais e reprodutivos”, acrescentou.
Uma das atribuições do UNICEF é apoiar a implementação dos princípios constantes na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que regula a vida e o tratamento das crianças vítimas e testemunhas de crimes, em contacto e em conflito com a lei.- (AIM).(x) Fonte: Jornal Noticias

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