Duas mineradoras que operavam em Manica, centro de Moçambique, foram suspensas por poluírem rios que servem de apoio à exploração agrícola e pecuária. Governadora sugere alterações da lei para travar danos ambientais.
As mineradoras industriais Clean Tech Mining Company e Gems Resources Limitada foram suspensas de funções e multadas num valor superior a 100 salários mínimos, o equivalente a 900 mil meticais (cerca de 10 mil euros), por serem reincidentes na poluição de águas fluviais, através da deposição de poluentes no curso dos rios.
Segundo o inspetor-geral do Ministério dos Recursos Minerais, Obede Matine, os operadores industriais e os mineradores artesanais são conhecedores das técnicas apropriadas, mas não as usam.
"Nós recebemos uma denúncia em ambos os cantos da poluição do rio Revué e a partir da denúncia enviámos uma equipa dos Serviços Provinciais de Infraestruturas", começa por explicar Obede Matine. "De facto, a denúncia correspondia à verdade. Estavam a poluir os rios e não utilizavam as bacias de decantação das águas tal como deve ser", acrescenta. "Suspendemos e aplicámos multas em ambas as empresas", refere ainda.
Segundo dados do Conselho Empresarial de Manica, as más práticas associadas à mineração são danosas para a agricultura e o ambiente. Muitos investidores do ramo agrário são forçados a abandonar os seus investimentos devido aos efeitos negativos da mineração na agricultura, como a degradação e o empobrecimento dos solos, a poluição dos rios e o aumento da erosão terrestre.
Romão Gemo, representante da Companhia de Vanduzi, uma empresa que se dedica à produção e exportação de hortícolas para a Europa, alerta que a situação está a retrair o investimento no setor agrário.(x) Fonte: DW