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quarta-feira, 09 junho 2021 10:10

Cabo Delgado: UE promete "apoio concreto" numa "abordagem integrada"

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu Charles Michel, presidente do Conselho Europeu

Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, prometeu  "apoio concreto" que inclui aspetos de segurança, desenvolvimento e ação humanitária face à violência armada em Cabo Delgado, diz a Presidência moçambicana.

A promessa de Charles Michel foi feita durante uma reunião virtual, esta segunda-feira (07.06) com chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, segundo a Presidência moçambicana.

Grupos armados aterrorizam a província nortenha desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.

A União Europeia (UE) tem manifestado abertura para apoiar o país, tendo estado em Moçambique, entre 19 e 28 de maio, uma missão técnica que visitou a província de Cabo Delgado para avaliar necessidades.

"O presidente do Conselho Europeu agradeceu pela receção da equipa técnica e informou estar em preparação e decisão o apoio concreto a ser prestado pela União Europeia no quadro de uma abordagem integrada que comporta aspetos de segurança, desenvolvimento e ação humanitária", referiu a nota da Presidência moçambicana.

A 28 de maio, o ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, disse esperar que a missão de treino da UE em Moçambique seja aprovada formalmente neste mês, adiantando que "a expectativa" é que os militares estejam no terreno cerca de "três meses" depois.

Continuam os tiroteios em Palma

O número de deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado aumentou com o ataque contra a vila de Palma a 24 de março, uma incursão que provocou dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.

A fuga de Palma continua e já provocou perto de 68.000 deslocados.

As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas os tiroteios têm-se sucedido e a situação levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico na próxima década.

Além da violência armada em Cabo Delgado, no encontro virtual de hoje, Charles Michel e Filipe Nyusi  debateram a cooperação bilateral e as respostas face à pandemia de Covid-19.

"O presidente do Conselho Europeu manifestou solidariedade da União Europeia, bem como informou sobre a disponibilidade da sua organização em prestar apoio a Moçambique e aos países africanos na disponibilização de vacinas e outras intervenções de resposta à Covid-19 no continente africano", acrescentou a nota.(x) Fonte:DW

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