Há praticamente um mês que o decreto presidencial autorizou a reabertura de um leque de espaços culturais. No terreno, os dois principais locais de teatro na cidade de Maputo estão em cenários diferentes. O Teatro Avenida continua fechado e o Teatro Gungu já abriu as portas para o público.
O Governo relaxou as medidas de pandemia e legalmente pode-se exibir e assistir a uma peça teatral.
Sobre o assunto, a Directora do Teatro Avenida, Manuela Soeiro, sublinhou que, antes, havia necessidade de conversar seriamente com os fazedores de teatro, dado que a lei, em si, não basta.
Segundo Manuela Soeiro, o Teatro Avenida está no ponto zero. “Desde Março do ano passado, quando foram encerrados os locais públicos, de lazer, teatros, nunca mais tivemos qualquer contacto (com o Governo). Ou tínhamos contacto para nos dizer o que devíamos fazer. Nós fechamos as portas. Não tínhamos qualquer tipo de contacto”, desabafou, Manuela Soeiro.
De acordo com Soeiro, muitas vezes, o Governo e outros intervenientes esquecem-se de que os actores que põem o teatro nos palcos são profissionais e, como tal, precisam de atenção.
“Nós somos pessoas. Antes de reabertura penso que o Governo devia conversar seriamente connosco”, repisou, Soeiro.
Para a encenadora, a casa de teatro não é um lugar qualquer, senão de dignidade, então é necessário que sejam observadas todas as medidas para que o público não sofra as consequências da reabertura.
No Teatro Gungu, o ambiente é diferente. Juju Rombe diz que o abrandamento das medidas no campo da cultura foi uma medida acertada.
“É disto que a gente precisa. Nós precisamos de voltar aos palcos para sobreviver. Sem espectáculo, o artista morre. Somos muitos que dependemos do teatro, várias famílias tinham parado e com muitas dificuldades. Então, voltar aos palcos é muito bom”, avançou Rombe.
No “novo normal”, o teatro Gungu exibe, desde essa semana, a primeira peça de teatro, que se chama “Lar Amargo Lar” e conta com a interpretação de sete actores.(x) Fonte: OPais