No distrito de Gondola, província de Manica, 250 famílias deslocadas devido aos ataques da Junta Militar da RENAMO no centro de Moçambique pedem ao Governo a construção de uma unidade sanitária, água potável e alimentos.
As famílias reassentadas no bairro de Massequece, em Gondola, percorrem diariamente cerca de 30 quilómetros para encontrar uma unidade sanitária. Golone Chiri, líder comunitário, diz que os deslocados não têm dinheiro para custear despesas de transporte para chegar até o centro de saúde de Mutindir ou de Muda Serração.
Os doentes crónicos e mulheres grávidas passam por imensas dificuldades. "As mulheres em trabalho de parto, por ser longe, podem vir a dar à luz pelo caminho. Por isso, temos de ter um hospital", apela.
Segundo o líder comunitário, várias mulheres grávidas já deram à luz ao longo da estrada, a caminho do hospital, facto que propicia o aumento da taxa de mortalidade materno-infantil devido à ausência de cuidados médicos durante o parto.
"Estamos a ser apoiados com comida, mas não basta. Estamos a pedir sempre ao Governo para nos apoiar. Há falta de hospital aqui e esta zona é muito grande, não há meios de transporte. Saímos daqui para Mutindir e, às vezes, saímos com uma pessoa doente e chega já cansada e pode morrer pelo caminho", conta. (x) Fonte:DW