Num universo de 96.942 professores afectados pelo terrorismo em Cabo Delgado e inúmeras escolas destruídas, cerca de 197 professores conseguiram regressar aos distritos onde exerciam as suas atividades, concretamente os distritos de Macomia e Quissanga, onde as escolas foram reabertas para o ano lectivo 2021.
A informação foi avançada por Melchior Patrício, porta-voz da Direcção Províncial de Educação em Cabo Delgado.
"Registamos alguns casos de professores que regressaram aos seus postos de trabalho, todo trimestre passado estiveram lá a trabalhar e já terminou sem nenhum problema. Falo concretamente do distrito de Macomia que foram reabertas 15 salas de aulas, com 128 professores e aproximadamente 3000 estudantes do ensino primário e o distrito de Quissanga, que reabrimos 6 salas e temos lá 70 professores".
A nossa equipa procurou saber se tinham alguns professores que manifestaram indisponibilidade, devido aos ataques que vinham se registando, Melchior Patrício afirmou que necessário sensibilizar os professores para voltarem so trabalho.
"É que houve resiliência na parte dos funcionários, tendo em conta a situação que os mesmos vivenciaram, não fácil aceitar daqui para aqui. Mas conseguimos mobilizar e lá foram, assim já estão a se conformar apesar do medo que reside nos corações devido ao que vivenciaram durante os ataques."
Aquele dirigente aproveitou a ocasião, para explicar os motivos dos professores regressarem aos seus postos de trabalho, postos esses que nos meses passados sofreram terríveis ataques de homens desconhecidos.
"Para os professores regressarem, tivemos uma colaboração da Polícia da República de Moçambique (PRM), no que diz respeito a proteção dos cidadãos nos pontos atacados, e sabemos que já se vive um ambiente favorável que culminou com a reabertura de algumas salas de aulas nos distritos, para que as crianças que não conseguiram sair dos distritos e outros possam voltar para dar continuidade com os seus estudos. Até porque tivemos relatório do primeiro trimestre e entramos no segundo com expetativas de chegar até ao final do ano letivo”. - Melchior Patrício porta-voz da Direcção Provincial da Educação. (x)