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sábado, 26 junho 2021 05:59

Moçambique celebra 46 anos de independência em clima ensombrado pela violência

No campo de deslocados de Metuge, nas imediações de Pemba, em Cabo Delgado no norte de Moçambique, encontraram refúgio cerca de 30 mil pessoas que fugiram da violência vigente no extremo norte da província. No campo de deslocados de Metuge, nas imediações de Pemba, em Cabo Delgado no norte de Moçambique, encontraram refúgio cerca de 30 mil pessoas que fugiram da violência vigente no extremo norte da província.

No âmbito da celebração esta sexta-feira dos 46 anos da independência de Moçambique, o chefe de Estado moçambicano acusou os grupos terroristas de pretenderem desestabilizar o país através de actos bárbaros como decapitações e a destruição de bens da população, com o fim único de roubar a riqueza de que dispõe a província de Cabo Delgado no extremo norte do país.

O acto central da comemoração do 46° aniversário da independência do país organizado na praça dos heróis em Maputo foi ensombrado pelas consequências dos ataques terrorista na província nortenha de Cabo Delgado que desde Outubro de 2017 provocaram acima de 2 mil mortos, 800 mil deslocados e a destruição de importantes infra-estruturas públicas e sociais.

"Apesar de não apresentarem publicamente porque é que matam e decapitam cidadãos inocentes, é nossa convicção que querem gerar medo no seio dos moçambicanos para depois se apoderarem das nossas riquezas", assegurou o Presidente da República.

No seu discurso pelos 46 anos de independência nacional, o estadista moçambicano garantiu que o terrorismo será vencido com apoio incluindo da SADC. "Tudo faremos para que os próximos tempos sejam de desespero e agonia para os terroristas que actuam em Moçambique", declarou Filipe Nyusi, dois dias depois dos chefes de Estado e de governo regionais terem decidido enviar para o terreno uma força conjunta no intuito de estancar os ataques terroristas que, segundo fontes militares, continuaram nestes últimos dias e especialmente no distrito de Palma, já alvo de um ataque de envergadura no passado dia 24 de Março.

Ao confirmar que "continua a haver ataques esporádicos não só em Palma, mas também noutros distritos da província", Margarida Loureiro, chefe da delegação do ACNUR em Cabo Delgado, sublinha que "no espaço de uma semana chegaram 3.000 a 3.500 pessoas na sua maioria vindas de Palma e que, nas suas declarações também testemunham estes ataques e a violência da qual fugiram".

Ao evocar a situação dos deslocados que segundo dados oficiais ultrapassam os 800 mil, dos quais 70 mil fugiram nestes últimos meses de Palma, esta responsável onusiana refere ainda que "apenas 28% das 3.500 pessoas (que fugiram esta semana) estão a ser deslocadas pela primeira vez, ou seja 72% destas pessoas que estão a fugir, não é a primeira vez que fogem. Já estão num segundo ou terceiro deslocamento". Segundo Margarida Loureiro, "isto é preocupante porque significa também que estas pessoas já têm outro tipo de carências e outro tipo de necessidades, uma vez que estão a experienciar esta fuga de forma reiterada".(x) Fonte:RFI

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