Meios aéreos das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas estão a atacar, desde sexta-feira, a zona sul do distrito de Palma em resposta a incursões de rebeldes, segundo a população e fontes ligadas às operações.
Insurgentes armados atacaram a aldeia de Monjane, na quinta-feira (24.06), relataram fontes locais que fugiram para o mato e para uma praia a poucos quilómetros, na zona de Maganja, onde se encontram refugiados - noticia a agência Lusa.
Estes deslocados dão conta de uma resposta com ataques aéreos das forças moçambicanas realizados na sexta-feira (25.06) e durante o dia de hoje (26.06).
No meio do conflito, uma fonte deste grupo deu conta do rapto de dois pescadores por alegados insurgentes e de uma civil ferida por estilhaços durante a ação dos meios aéreos - tendo sido assistida por militares no terreno.
Fonte ligada às operações confirmou à Lusa a incursão rebelde junto a Monjane, acrescentando que os insurgentes tentaram realizar um ataque de grande envergadura nos últimos dias, mas que foi repelido pelas forças moçambicanas.
Segundo referiu, há informação mais rigorosa a ser recolhida sobre o que se passa no terreno e há novos soldados das forças moçambicanas com treino aperfeiçoado a caminho de Cabo Delgado para reforçar as operações.
Do outro lado, na linha da frente dos insurgentes, têm surgido mulheres armadas, acrescentou.
Segundo a mesma fonte, não há informação de deslocados feridos e há preocupação em respeitar os direitos humanos, ressalvando, no entanto, que aquela se trata de uma zona de conflito com riscos associados.
Na sexta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, fez alusão aos combates em curso, durante o discurso comemorativo dos 46 anos da independência do país.
"Os bons jovens deste país estão em combate, neste momento. Celebram o aniversário da independência batendo duro o inimigo no terreno", referiu.
Grupos armados aterrorizam a província desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a ONU.(x) Fonte:DW