A empresa pública Eletricidade de Moçambique em Cabo Delgado reclama prejuízos avultados, como consequência do alegado consumo ilegal da corrente elétrica. Entre os prevaricadores constam também instituições públicas.
Durante a semana passada, uma operação da empresa Eletricidade de Moçambique (EDM) desmantelou uma rede no centro de saúde público de Cariacó, em Pemba, que consumia clandestinamente a corrente elétrica desde 2017.
De acordo com a EDM, há muito que a compra da corrente elétrica para o funcionamento da instituição registava irregularidades. Ou seja, de uma faturação mensal de cerca de 10 mil meticais (o equivalente a 112,35 euros), o sistema da Eletricidade de Moçambique registou uma extraordinária redução para cerca de 100 meticais (1,12 euros), o que terá despertado a atenção da empresa, que decidiu fazer uma inspeção.
Cardoso Ernesto, técnico da EDM, diz que as investigações confirmaram a existência de um esquema fraudulento que operava naquele centro sanitário.
"Esta instalação estava a consumir energia de forma clandestina e ilegal. Conforme se vê aqui, o contador foi ligado de forma direta. Ligaram somente nas saídas, mas as entradas do contador não fizeram qualquer conexão", explica.
Prejuízos avultados
O técnico explica que o contador, mais conhecido como CREDELEC, foi desligado completamente. Ou seja, o equipamento servia apenas de adereço sem qualquer função.
"Esta é uma instalação trifásica e quando entramos no sistema no sentido de ver quais são as compras que o hospital efetua, não encontramos nenhuma compra. Encontramos recargas de 100 meticais numa instituição que trabalho com equipamentos que requerem consumo de muita eletricidade",relata Ernesto.
O diretor da EDM em Cabo Delgado, Gildo Marques, faz saber que o consumo fraudulento da energia criou prejuízos na ordem de 2 milhões de meticais (cerca de 22.471,9 euros), num esquema que existe há cerca de três anos.
"Fizemos análises por forma a avaliar os consumos, são prejuízos avaliados em mais de dois milhões de meticais que é resultado do não consumo de energia de forma legal por volta de três anos, desde junho de 2017. Por se tratar de um centro de saúde não pode ficar sem energia, mas vamos seguir procedimentos, aplicando a multa e esperemos que seja paga", revelou.(x) Fonte: DW