Os resultados do inquérito sero-epidemiológico realizados em Novembro último, nas cidades de Xai-Xai e Chókwè, província de Gaza, são públicos desde esta terça-feira. “A cidade de Chókwè apresenta a maior seroprevalência na comunidade a nível do país”.
Paulo Arnaldo, investigador principal do inquérito, afecto Instituto Nacional de Saúde (INS), referiu que o perfil de resultados encontrados em Xai-Xai e Chókwè é diferente, o que significa que o vírus se manifesta de forma desigual nas duas cidades da mesma província.
“Na cidade de Xai-Xai, os vendedores de mercados e os profissionais de saúde são os grupos profissionais mais expostos à COVID-19, enquanto em Chókwè os transportadores de passageiros e as Forças de Defesa e Segurança são os principais grupos mais expostos”, explicou o interlocutor.
Segundo Paulo Arnaldo, os resultados podem justificar-se pelo facto “de se registar uma alta mobilidade nas duas cidades, Xai-Xai como um corredor e Chókwè um importante polo comercial” de Gaza.
A nível da comunidade, o apresentador do estudo que referiu “Chókwè apresenta a maior seroprevalência na comunidade quando comparado com todos os locais onde o inquérito foi realizado até ao momento, com 5.3%, seguido de Nampula com 5.0%; e Lichinga e Tete apresentam a mais baixa com 0.7%”.
Reagindo a estes resultados, o Secretário de Estado da Província de Gaza, Amosse Macamo, mostrou-se preocupado com o que a pesquisa sugere, tendo assumido que a província fará de tudo para inverter o cenário.
“Temos que focalizar os nossos esforços e reverter este cenário (…). Os resultados do inquérito inquietam-nos, apesar dos esforços que temos feito”, disse Macamo, reiterando a necessidade de “cumprimento do distanciamento, da desinfecção das mãos à entrada” nos mercados, por exemplo, do “uso obrigatório da máscara”, entre outras acções de prevenção da COVID-19.
Em Xai-Xai, de acordo com os dados do INS, igualmente divulgados esta terça-feira, os comerciantes e profissionais de saúde são os grupos mais expostos à COVID-19, com 5.7 e 5.9%, respectivamente.
Nos estabelecimentos comerciais verificou-se uma taxa de exposição ao novo Coronavírus de 3,3%; nos agregados familiares 3.7% e nos transportadores 3.8%.
Os mercados Central e Limpopo são os mais propensos ao vírus, com 9.2% e 6.7%, respectivamente.
Ainda em Xai-Xai, os enfermeiros (12.3%) e técnicos de laboratório (9.1%) apresentaram maior exposição à COVID-19. Os técnicos de medicina aparecem a seguir, com 5.7%, e o pessoal administrativo com 3.8%.
Nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) apurou-se uma taxa de 1.7%.
Em termos de idade, indivíduos de nas faixas etárias de 15 a 34, 35 a 59 e mais de 60 anos surgiram com maior seropositividade, 4.0, 4.9 e 4.7%. O bairro Patrice Lumumba “B” é mais expostos, seguido pelos Inhamissa “B” (5.5%) e 2° Bairro Comunal (4.9%).(x) Fonte: O Pais