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sábado, 12 dezembro 2020 12:47

Moçambique. Santos Silva sugere intervenção das Nações Unidas

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, apontou hoje uma intervenção das Nações Unidas como uma possibilidade para fazer face à ameaça terrorista no norte de Moçambique.

Ahipótese foi colocada lado a lado com outros dois planos, a cooperação bilateral com Portugal e o apoio da União Europeia (UE).

"Há um terceiro plano em que as coisas estão naturalmente ainda mais recuadas, porque isso não depende, nem exclusivamente, nem principalmente de nós, que é a intervenção ao nível das Nações Unidas", referiu Santos Silva ao programa Geometria Variável da rádio portuguesa Antena 1.

"Aí, o caminho é um pouco mais longo porque o Conselho de Segurança tem de se pronunciar", sem de imediato "haver uma missão propriamente dita", acrescentou.

ONU tem estado no terreno ao nível da ajuda humanitária através das suas agências, como o Programa Alimentar Mundial (PAM), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ou Organização Internacional das Migrações (OIM), entre outras. 

Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, uma outra intervenção da ONU, sem detalhar de que tipo, impõe-se devido ao nível de ameaça regional.

"A situação no terreno é muito complexa e é preciso ter em atenção que não estamos a falar só do norte de Moçambique: uma das razões que do meu ponto de vista justifica uma intervenção das Nações Unidas é que não podemos deixar a África Oriental tornar-se um campo de ação do terrorismo internacional", referiu.

A ameaça estende-se, atualmente, em toda a faixa leste do continente: "se começarmos a olhar, da Somália até Moçambique, é toda a parte oriental" de África.

Augusto Santos Silva referiu que o conflito armado em Cabo Delgado reflete também "problemas de expetativas não cumpridas" e "os perigos da lógica económica extrativista: vai-se a um sítio, tiram-se os recursos com uma enorme indiferença pela sorte da população e das outras dimensões do desenvolvimento".

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.(x) Fonte: Notícias ao Minuto

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