Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) dá conta de ligeiras melhorias entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Moçambique perde uma posição.
Moçambique é o pior país de língua portuguesa em África no Relatório de Desenvolvimento Humano 2020, lançado esta terça-feira (15.12) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O país desceu uma posição para 181º lugar, face a 2019, entre 189 países. Cabo Verde mantém-se como o primeiro país de língua oficial portuguesa em África no ranking, na 126ª posição, no mesmo lugar que no ano passado. Seguem-se São Tomé e Príncipe (na 135ª posição, 137ª em 2019), Angola (na 148ª posição, 149ª em 2019) e Guiné-Bissau (em 175º lugar, 178º em 2019).
Segundo o relatório, que resume dados para vários indicadores, Cabo Verde tem uma esperança média de vida à nascença de 73 anos e uma educação média de 6,3 anos. Existem cerca de 7,8 médicos por cada 10.000 habitantes. Por outro lado, 96,9% das pessoas em zonas rurais têm acesso a eletricidade. Por cada 1.000 nascimentos, 73,8 gravidezes ocorrem em mulheres entre os 15 e os 19 anos. No parlamento, 23,6% dos deputados são do sexo feminino.
São Tomé e Príncipe tem uma esperança média de vida à nascença de 70,4 anos e uma educação média de 6,4 anos. Já por cada 1.000 nascimentos, 94,6 gravidezes ocorrem em adolescentes entre os 15 e os 19 anos. Por outro lado, apenas 14,5% dos parlamentares são do sexo feminino. No país, existem 0,5 médicos por cada 10 mil pessoas. Pelo menos 55,7% pessoas das pessoas em zonas rurais têm acesso a eletricidade. 34,5% da população vive abaixo do limiar da pobreza.
Em Angola, a esperança médica de vida à nascença é de 61,2 anos. Por cada 100.000 nascimentos registam-se 241 casos de morte materna. Por cada 1.000 nascimentos, 150,5 ocorrem em mulheres entre os 15 e os 19 anos. Apenas 30% dos deputados são do sexo feminino. Por cada 10 mil pessoas, existem 2,1 médicos. Apenas 3,8% das pessoas em zonas rurais têm acesso a eletricidade. A escolaridade média é de 5,2 anos. 47,6% das pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza.
Na Guiné-Bissau, a esperança média de vida à nascença é de 58,3 anos e a média de anos de escolaridade é de 3,6. Por cada 100.000 nascimentos, registam-se 667 mortes maternas. No entanto, por cada 1.000 nascimentos, 104,8 gravidezes ocorrem em adolescentes entre os 15 e os 19 anos. Apenas 13,7% dos parlamentares são do sexo feminino. Por cada 10.000 pessoas, existem 1,3 médicos disponíveis. Cerca de 24% das mulheres são casadas aos 18 anos e a prevalência da mutilação genital feminina é de 44,9%. 67,1 das pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza.(x) Fonte: DW