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quarta-feira, 16 dezembro 2020 06:56

Líder da PRM pede desculpas por "erros policiais"

Bernardino Rafael: "Pelos erros do passado", queremos "pedir desculpas a todos" Bernardino Rafael: "Pelos erros do passado", queremos "pedir desculpas a todos"

Em entrevista ao jornal Notícias, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, admite que cidadãos foram "vítimas de erros e crimes cometidos" pelos seus colegas.

O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, pediu desculpas esta terça-feira (15.12) por alegados "erros e crimes" cometidos por agentes da corporação.

"As desculpas são dirigidas a todos aqueles que foram vítimas dos erros e crimes cometidos pelos meus colegas", disse em declarações ao jornal Notícias.

Sem indicar se se referia a algum caso em específico, Bernardino Rafael sublinhou: "Estou com vergonha do que aconteceu, mas prometemos mudar".

"Pelos erros do passado cometidos, sobretudo nestes três anos do meu mandato, queremos, em nome do Comando-Geral da Polícia, pedir desculpas a todos e renovar o nosso compromisso e missão: servir a nação", acrescentou.

Segundo o jornal, Bernardino Rafael reconheceu que nem tudo tem corrido bem na atuação da PRM "nos últimos tempos", com "cidadãos alvejados e outros impossibilitados de contar com os serviços da corporação".

Abusos durante a pandemia

Em novembro, a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) denunciou "exageros e excessos, com sinais claros de violência" na atuação da polícia para garantir o cumprimento das medidas de prevenção do novo coronavírus.

Em abril, a polícia deteve dois dos seus agentes suspeitos de espancar até à morte um homem na cidade da Beira, centro de Moçambique, após um desentendimento desencadeado pelas restrições impostas durante o estado de emergência.

Em setembro, o ministro do Interior moçambicano, Amade Miquidade, anunciou medidas disciplinares para um instrutor e um agente da Escola Prática da Polícia que engravidaram duas alunas. O caso provocou a indignação de várias figuras, incluindo o Presidente da República, Filipe Nyusi.

No mesmo mês e após denúncias de várias organizações, a PRM repudiou um vídeo em que um agente da polícia de investigação moçambicana abusa sexualmente de uma menor de 13 anos, anunciando processos criminais e disciplinares contra o mesmo.

As Forças de Defesa e Segurança (FDS), de que a PRM faz parte, foram este ano alvo de denúncias de várias organizações moçambicanas e internacionais com base em depoimentos e vídeos de atos de tortura e outras atrocidades cometidas nos confrontos com rebeldes em Cabo Delgado, norte do país. As suspeitas foram afastadas pelo Governo, que reiterou confiança nas FDS.(x) Fonte: DW

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