O presidente a Liga Moçambicana de Futebol (LMF), Ananias Couana, reagiu hoje aos pronunciamentos de Carlos Gilberto Mendes. Couana desmente que tenha omitido dificuldades financeiras à Secretaria de Estado do Desporto. Ananias Couana garante ainda ter informado, em Novembro, sobre o aumento da tarifa de transporte da LAM, que fez com que as despesas com transporte subissem em 18 milhões de meticais.
É mais um capítulo da “novela Moçambola”. Vinte e quatro horas depois de Carlos Gilberto Mendes ter acusado a Liga Moçambicana de Futebol de ter omitido a existência de problemas financeiros graves que condicionam o arranque do Moçambola, o organismo que gere a prova veio, esta quarta-feira, a público desmentir.
“Os pressupostos que tínhamos antes da COVID-19 alteraram. Até pouco antes do dia 24 de Novembro (dia que estava agendada para decorrer a Assembleia-Geral ora adiada), tínhamos a informação sobre a alteração do preço da passagem aérea no contrato que temos com as Linhas Aéreas de Moçambique. Com os 11 clubes, preparámos um orçamento que nos apresentava um défice de cerca de 16 milhões de meticais. Ora, esse défice foi comunicado à Secretaria de Estado do Desporto. Informámos ainda que estávamos a fazer diligências para que pudéssemos suprir essa escassez de recursos. Quando a Federação Moçambicana de Futebol abriu espaço para a incorporação dos três clubes, a coisa mudou de figura. O défice aumentou e essa realidade foi prontamente comunicada à Secretaria de Estado do Desporto como nosso parceiro”, explicou Couana para depois adiantar que possa ter havido falta de percepção do documento enviado, em Novembro, à Secretaria de Estado de Desporto.
“Eventualmente, possa não ter havido uma boa percepção, relativamente aos documentos que foram enviados em Novembro. De lá para cá, não tivemos encontros com a SED porque a nossa preocupação é de lutar para reduzir o défice para que possamos arrancar o campeonato nacional com segurança”, explicou.
Ananias Couana reiterou que, mesmo com o défice orçamental, a 19 de Dezembro havia condições para o arranque da prova. Entretanto, tal não poderia acontecer sem uma posição clara da Federação Moçambicana de Futebol.
“Ainda não temos informação sobre a situação dos clubes que foram dados a oportunidade de se licenciarem. O que sabemos, de fontes não formais, é que todos eles submeteram a documentação na Federação Moçambicana de Futebol (FMF), mas nada que seja oficial. O segundo ponto, tem a ver com a alteração da época desportiva. Não tínhamos como avançar com o aranque da prova, depois da FMF ter alterado a época desportiva”, frisou.
Segundo esclareceu o presidente da LMF, com a possível integração dos três clubes que não tinham a situação de licenciamento regularizada, o orçamento com o transporte aéreo passou de 49 para 67 milhões de meticais, criando um défice de 18 milhões de meticais.(x) Fonte: O Pais