A RÉ Ângela Leão sentiu-se mal e desmaiou na sessão de ontem na tenda da BO, facto que forçou o tribunal a interromper o julgamento do caso “Dívidas não declaradas” até amanhã.
Ângela Leão foi de imediato socorrida pelos co-réus e advogados, que a reanimaram, antes da chegada ao local de um técnico de saúde afecto à cadeia para mais cuidados, tendo de seguida sido levada para o hospital na companhia do esposo e também réu Gregório Leão, ex-director-geral do SISE, e sua irmã, Mbanda Henning.
O incidente obrigou o tribunal a reformular o calendário das audiências para quinta-feira, devendo os declarantes com ligações à ré serem ouvidos na segunda quinzena de Dezembro.
A sessão foi interrompida quando a declarante Italma Pereira era ouvida pelo Ministério Público e já tinha respondido a todas as questões colocadas pelo tribunal, em que confirmou ter feito negócios com a ré Ângela Leão.
No início da audiência de ontem, a ré Ângela Leão, que se fazia à sessão três semanas depois de ausência e secundada pelo seu advogado, Damião Cumbana, alertou o tribunal para a sua débil situação de saúde. Ângela Leão chegou a repisar que não estava muito bem e que, a continuar assim, segundo ela, poderia morrer antes do término do julgamento.
O advogado da ré contou ao tribunal as dificuldades por que ela passa na Penitenciária Preventiva da Cidade de Maputo, cuja direcção a impede de contactar o médico ou ir às consultas.
Esta situação comoveu o juiz Efigénio Baptista, que prometeu ir à cadeia amanhã a fim de se inteirar da veracidade dos factos e encontrar solução.
“Contudo, vamos exarar um despacho no qual a ré seja conduzida ao hospital sempre que necessário. O objectivo não é humilhar ou massacrar as pessoas. A sua situação de doença é visível”, disse o juiz.
Entretanto, respondendo ao tribunal, a declarante Italma Pereira, directora-geral da Arquitec, disse que a sua empresa cobrou 50 mil dólares a Ângela Leão para intervir na construção e fiscalização do condomínio de 14 casas na cidade de Maputo, pertencentes à ré. Contudo, conforme explicou, o projecto não chegou ao fim porque houve desentendimentos com a empresa M Moçambique Construções, do réu Fabião Mabunda.
“O pagamento destes trabalhos era feito em numerário por Ângela Leão ou por via de transferência da conta da empresa M Moçambique Construções, por orientação dela. Nunca percebi porque o valor tinha de ser pago pela M Moçambique Construções se esta empresa intervinha nas obras como empreiteiro. Esta situação contribuiu para que a minha empresa desistisse de continuar como fiscal. Tudo isto criou desconforto, visto que o pagamento devia ser feito por ela e por meio de cheque”, disse
Disse ter sido por seu intermediário que as empresas Ikhomo, Mozagro, Mercury e Trifásica prestaram serviços à ré.(x) Fonte:JNotícias