Inglaterra, Alemanha, Portugal, França e Grécia retomam medidas de confinamento para tentar deter explosão de contágios. Em maior parte, regras vigoram por ao menos quatro semanas.
O alto número de novas infecções de coronavírus leva cada vez mais países europeus a impor um segundo lockdown. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou no sábado uma série de medidas de distanciamento social, que deverão vigorar por quatro semanas. Na Áustria, entra em vigor na terça-feira um toque de recolher noturno, Portugal e Grécia também determinaram novas restrições. A Eslováquia começou a testar toda a população para a covid-19.
"Agora é a hora de agir porque não há alternativa", disse Johnson no sábado, acrescentando que o coronavírus está se espalhando "ainda mais rápido do que no pior cenário dos assessores científicos". O anúncio do novo lockdown na Inglaterra foi realizado depois que o número de casos de infecção no Reino Unido ultrapassou o limite de um milhão e após serem registradas quase 22 mil novas infecções em 24 horas.
O bloqueio na Inglaterra começa nesta quinta-feira e vigora, a princípio, até 2 de dezembro. As escolas e universidades devem permanecer abertas. É permitida a abertura de lojas de itens essenciais. A população deve ficar em casa, só saindo para ir ao trabalho, escola ou ao médico.
Com mais de 46 mil mortes, O Reino Unido tem o maior número de mortes por coronavírus na Europa.
Áustria e Grécia
O premiê da Áustria, Sebastian Kurz, anunciou que o novo bloqueio no país vai vigorar pelo menos até o final de novembro. Restaurantes, instalações culturais e esportivas são afetados. O comércio varejista pode permanecer aberto, assim como jardins de infância e escolas. No entanto, alunos do ensino médio e universitários só poderão ter aulas à distância. Há também um toque de recolher noturno entre 20h e 6h.
Um lockdown parcial também se vigorará na Grécia a partir de terça-feira pelo menos até o fim de novembro, com o fechamento de restaurantes, cafés, museus, academias e cinemas. Os contágios diários por coronavírus ultrapassaram a marca de 2 mil pela primeira vez desde o início da pandemia.
Portugal e República Tcheca
Em Portugal, entra em vigor na quarta-feira um bloqueio parcial que afeta cerca de três quartos da população. Nas 121 municipalidades afetadas – incluindo Porto e a capital, Lisboa –, os cidadãos devem permanecer em suas casas, mas podem ir trabalhar se não for possível fazer o trabalho em casa, e levar os filhos à escola. As lojas devem fechar às 22h.
A República Tcheca estendeu o estado de emergência por causa da pandemia até 20 de novembro.
Testes maciços na Eslováquia
A Eslováquia está seguindo um caminho especial: lá começou neste sábado uma campanha para realizar testes de coronavírus em toda a população, conseguindo testar metade de seus habitantes em um dia. Em cerca de 5 mil unidades em todo o país, cerca de 45 mil profissionais de saúde, soldados e policiais trabalham para submeter todos os cidadãos a partir dos 10 anos de idade a testes rápidos gratuitos. O primeiro-ministro, Igor Matovic, disse que os testes em massa podem salvar "centenas de vidas". Ele afirmou que, se o experimento for bem-sucedido, também poderá servir como modelo para outros países.
A Eslováquia, com uma população de cerca de 5,4 milhões, é o primeiro país dessa dimensão a testar toda a sua população. Na Europa, apenas nações menores, como Luxemburgo e Mônaco, anunciaram testes em todo o país. Na China, residentes de cidades inteiras já foram testados.
Alemanha
Nesta segunda-feira, começa a vigorar na Alemanha um lockdown parcial de um mês de duração, que inclui o fechamento de restaurantes, bares, academias, teatros, cinemas e piscinas públicas. Reuniões privadas foram limitadas a dez integrantes de no máximo dois domicílios. Shows e eventos semelhantes têm que ser cancelados. Já eventos esportivos profissionais são permitidos, mas sem espectadores.
O país registrou neste sábado um novo recorde de casos diários, com 19.059 novas infecções por coronavírus, de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas.
Neste domingo (01/11), foram relatados 14.777 novos contágios. As estatísticas de coronavírus costumam ser menores nos fins de semana porque nem todos os departamentos de saúde regionais reportam seus números nos sábados e domingos.
França
Na quarta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a imposição de um novo lockdown nacional para conter o avanço da covid-19 no país, que enfrenta uma intensa segunda onda de contágio. As medidas vigoram desde sexta-feira e vão durar pelo menos até 1º de dezembro.
Os franceses só podem deixar suas casas por motivos profissionais essenciais ou por razões médicas. Declarações por escrito serão exigidas nesses casos. Além disso, bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais não essenciais foram fechados. Enquanto isso, fábricas, propriedades rurais e obras públicas continuam a funcionar.
As escolas, por sua vez, permanecem abertas, enquanto as universidades – origem de vários surtos de contágio desde setembro – terão apenas aulas online. Diferentemente do primeiro lockdown, ainda serão permitidas visitas a asilos e centros de dependência.(x)
Fonte: DW Português