O Bispo de Pemba pediu neste domingo, 1, à comunidade internacional para não se esquecer da província moçambicana de Cabo Delgado.

Dom António Juliasse Ferreira Sandramo diz que a situação de segurança, na província, severamente atingida pelo terrorismo, ainda é delicada e que a população deslocada precisa muito de ajuda humanitária.

O religioso esteve hoje na Sé Catedral de Maputo, a participar numa missa que serviu para os fiéis se despedirem, formalmente, dele.

Uma celebração eucarística presidida pelo Arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio e na presença de outros membros da Conferência Episcopal de Moçambique para homenagear e para que todos pudessem despedir-se de um filho da casa: Dom António Juliasse Ferreira Sandramo.

Dom Juliasse começou por ser ordenado bispo em Fevereiro de 2019, na Sé Catedral de Chimoio, tendo depois sido nomeado bispo auxiliar de Maputo, onde esteve três anos.

No ano passado, foi indicado como Administrador Apostólico da Diocese de Pemba e, em Março deste ano, o Papa Francisco nomeou-o, definitivamente, Bispo.

Ao despedir-se, na Sé Catedral, o religioso pediu o apoio de todos e que todos orem por Cabo Delgado.

“A insegurança prevalece, os deslocados internos ainda são muitos. Eu, pessoalmente, peço-vos, vós que me conheceis, a oração. A oração por mim, e a oração pela paz”, disse o Bispo.

Depois, em entrevista à VOA, o Bispo de Pemba disse que Cabo Delgado ainda está mal e que a população deslocada precisa muito de ajuda.

“Continua a haver ataques. Sobretudo na região de nangade, muitas aldeias foram atacadas, nos últimos 3 meses. E, prontos, estamos atentos a esta situação. E nós, como igreja, só podemos ajudar humanitariamente aqueles que se movimentam de um e para o outro lugar. A questão de segurança está nas mãos do Governo e dos parceiros internacionais”, afirmou.

Para além de matar de forma bárbara, os terroristas destruíram infra-estruturas sociais e económicas, sobretudo nos distritos do norte de Cabo Delgado.

Entre essas infra-estruturas, há igrejas e residências pertencentes aos religiosos católicos.

O Bispo de Pemba diz que, por enquanto, ainda não há planos para reconstruir essas infra-estruturas.

“O mais grave é Muidumbe porque a igreja, a casa dos padres, tínhamos lá rádio comunitária. Tudo isso ficou destruído. Então, ali, certamente, que vamos precisar de muito investimento para reerguer a missão paroquial de Muidumbe. E também, em Mocímboa da Praia temos a igreja destruída”, contou.

Dom António Juliasse Ferreira Sandramo, Bispo de Pemba, que sucede no cargo o brasileiro Luiz Fernando Lisboa.(x) Fonte: VOA