País de quase 9 milhões de habitantes, Israel deu início nos últimos dias a duas medidas tanto significativas quanto simbólicas contra a covid-19: o seu programa de vacinação em massa e também aquele que espera ser o último lockdown israelense da pandemia.
Desde o início da vacinação, em meados de dezembro, o sistema de saúde centralizado de Israel administrou 378 mil vacinas. Esta é a taxa mais rápida do mundo entre os 43 países que iniciaram a imunização — no Brasil, o governo federal, que tem se alinhado a Israel na política externa, não tem data concreta para começar a vacinação. Em entrevistas recentes, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tem dito que o início provável da campanha nacional será em meados de fevereiro.
Segundo levantamento da Universidade de Oxford, no Reino Unido, Israel tem a maior taxa proporcional de vacinação: 4,37% da população foi imunizada. Em seguida no ranking aparecem Barein (3,15%), Reino Unido (1,18%) e Estados Unidos (0,59%). Quase 5 milhões de pessoas de 43 países já foram vacinados contra covid-19; veja o ranking neste link. g
O governo israelense estuda atualmente abrir postos de vacinação 24 horas por dia, 7 dias por semana, para tentar acelerar a imunização. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, quer também que a taxa diária de aplicações seja dobrada para 150 mil doses da Pfizer/BioNTech ainda em 2020.
Isso poderia permitir a vacinação de metade da população até o final de janeiro. Segundo levantamento da Universidade Duke, nos EUA, Israel já comprou doses suficientes para imunizar sua população inteira e o Brasil, para vacinar 63% de sua população.
Até agora, Israel registrou quase 400 mil casos de covid-19 e 3.210 mortes e vive um aumento do número de infecções. O avanço da pandemia levou o governo a iniciar neste domingo (27/12) aquele que espera ser seu último lockdown.
O rígido confinamento, o terceiro do país, vai durar pelo menos três semanas e visa conter os contágios que atualmente dobram de escala a cada duas semanas, disse o Ministério da Saúde de Israel.
As vacinas significam que “há uma chance muito alta de que este seja nosso lockdown final”, disse Sharon Alroy-Preis, chefe interino da divisão de serviços de saúde pública do ministério, à Rádio do Exército.
Até agora, Israel garantiu 8 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech, 6 milhões da Moderna (já autorizada nos EUA) e 10 milhões da AstraZeneca-Oxford (não autorizada em nenhum país ainda).
Se o plano der certo, Netanyahu afirmou que a imunização em massa e o controle das infecções poderiam permitir que o país suspendesse em março de 2021 a situação de emergência que vigora desde o início da pandemia.
Caso funcione, isso também poderia ajudar nas esperanças de reeleição de Netanyahu, após alguns passos em falso que incluem a suspensão do primeiro lockdown com uma declaração prematura de vitória contra o vírus em maio de 2020, adoção inconsistente de restrições à circulação de pessoas e lenta recuperação econômica capitaneada pelo Estado.(x) Fonte: BBC