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terça-feira, 29 dezembro 2020 16:31

“A nossa vacina será vendida sem lucro, queremos que chegue a todos”

“A nossa vacina será vendida sem lucro, queremos que chegue a todos” DADO RUVIC/REUTERS

Um dos maiores fabricantes mundiais de vacinas prepara-se para iniciar uma campanha gigante de imunização da população com vacinas produzidas localmente. O Expresso conversou com o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, instituição responsável pelo fabrico no Brasil da vacina da Oxford/AstraZeneca, farmacêutica de que Portugal vai receber 6,9 milhões de doses assim que a vacina, mais barata e mais fácil de armazenar do que a da Pfizer, tiver sido aprovada.

Foram necessários cinco meses de contatos para conseguir falar com um dos responsáveis máximos pelo fabrico da vacina da Oxford/AstraZeneca no Brasil, Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Krieger explica ao Expresso porque é que acredita que aquele será a melhor agente de imunização contra o novo coronavírus no mundo.

Biólogo, filho de um geneticista, Krieger participou nas negociações para a constituição da parceira entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca para produzir no Brasil a vacina que deverá imunizar já no próximo ano cerca de 130 milhões de brasileiros. À espera da aprovação formal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o equivalente do Infarmed em Portugal, a farmacêutica brasileira Fiocruz vai produzir a vacina no complexo industrial de Bio-Manguinhos, uma das regiões mais pobres da cidade do Rio de Janeiro. Se tudo correr como o planeado, até ao fim de fevereiro estarão prontas 30 milhões de doses.

Ainda neste domingo, o jornal britânico "The Telegraph" anunciava que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca começará a ser aplicada no Reino Unido já na próxima segunda-feira, 4 de janeiro. Citando fonte do governo de Boris Johnson, o jornal avançava ainda que a vacinação será em larga escala e deverá ocorrer até em estádios de futebol. A Comissão Europeia assinou um contrato com o consórcio para assegurar a aquisição de 300 milhões de doses desta vacina, 6,9 milhões das quais deverão chegar a Portugal assim que estiver finalizado todo o processo de aprovação das entidades reguladoras.

Mais barata e mais fácil de armazenar, esta vacina recorre a uma técnica completamente distinta da da vacina da Pfizer, que começou a ser administrada este dominho aos profissionais de saúde em Portugal. Desenvolvida com a tecnologia vetor-viral, usa o adenovírus (vírus da gripe) de chimpanzés, que, depois de manipulado geneticamente, recebe o gene da proteína "S" do SARS CoV-2 e que, quando introduzido na pessoa vacinada, desencadeia uma resposta imunológica específica para esta proteína, gerando anticorpos contra o coronavírus.(x) Fonte: Expresso.pt

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