Quando a partir de 1 de Janeiro de 2023 Moçambique assumir o lugar de membro-não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o país poderá promover uma resolução das Nações Unidas especificamente para a situação de Cabo Delgado, província assolada por ataques terroristas desde 5 de Outubro de 2017 e solicitar a criação de uma força de manutenção de paz, não apenas para aquela província mas também para outros países africanos fustigados pelo terrorismo.
A opinião é de Bernardo Mariano Júnior, moçambicano que ocupa, há um ano, o cargo de Secretário-Geral Assistente das Nações Unidas para a área das Tecnologias de Informação e Comunicação, na sede da ONU, em Nova Iorque.
Em entrevista à VOA, Mariano Júnior diz que a eleição foi um marco histórico e que o Governo deve agir com inteligência quando assumir o seu assento naquele órgão, a começar pela criação de uma equipa que seja altamente profissional e que estude e aborde os assuntos com muito cuidado e astúcia.
Moçambique poderá usar o seu assento para influenciar a organização para aprovar uma resolução que mobilize uma força de manutenção de paz para a província de Cabo Delgado, segundo Bernardo Mariano Júnior.assolada desde 2017 por ataques terroristas.
Da mesma forma, Moçambique pode solicitar igualmente a criação de forças de manutenção de paz para outros países africanos fustigados pelo terrorismo.
Bernardo Mariano Júnior insiste ser importante que tudo se faça para que o conflito, em Cabo Delgado, termine o mais depressa possíve e alerta que se a operação militar for muito demorada, pode cansar a comunidade internacional.
No seu entender, as autoridades moçambicanas devem estipular prazos e sejam prazos razoáveis.
“Moçambique tem que olhar para esse problema do terrorismo como uma prioridade de se combater e usando este apoio que tem. Porque eu diria que, se daqui a cinco anos, continuarmos com o mesmo problema que temos hoje, nas mesmas situações, sem avanço, há-de haver um centro cansaço daqueles que estão a apoiar-nos. Então, temos que evitar chegar a esse estágio””, conclui o Secretário-Geral Assistente das Nações Unidas para a área das Tecnologias de Informação e Comunicação.
Há 29 anos ele trabalha no sistema das Nações Unidas, sendo 25 na Organização Internacional para as Migrações e cerca de quatro na Organização Mundial da Saúde.
Os ataques protagonizados por grupos associados ao Estado islâmico já mataram, segundo o Ministério da Defesa Nacional, cerca de 2.400 terroristas e provocaram o deslocamento forçado de mais de 800 mil pessoas.(x) Fonte: VOA