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sexta-feira, 19 agosto 2022 06:21

Moçambique: Manifestantes feridos em confronto com a polícia

Três pessoas ficaram feridas num confronto com a polícia de Gondola. O protesto envolveu centenas de vendedores da vila municipal que exigiam melhores condições de trabalho. Polícia usou balas reais.

Os comerciantes montaram barricadas na Estrada Nacional 6 (EN6) para protestar contra a sua saída do Mercado 25 de Setembro, na vila municipal de Gondola. Os vendedores dizem que o novo local que lhes foi atribuído pela edilidade não tem condições suficientes para exercerem a sua atividade.

A polícia reprimiu a manifestação usando balas reais. Três pessoas ficaram feridas, uma delas com maior gravidade, e 21 manifestantes foram detidos.

"Estamos a chegar aqui e assustaram-nos com tiros", disse Nogueira Paulino, um dos vendedores que foi para as ruas protestar. "Não temos outro emprego. Sem vender, comemos o quê?"

Falta de diálogo

O Mercado 25 de Setembro fica junto à EN6, um dos corredores mais importantes do país, que faz a ligação com outros do "hinterland" como o Zimbabué, Malawi, Zâmbia e Botswana.

Os comerciantes exigem ao município local melhores condições para continuarem a vender os seus produtos. Pedem alpendres melhorados, balneários, pavimentação de corredores e bancas tipificadas de acordo com o tipo de negócio.

Manuel Pinto, outro dos manifestantes, diz que o autarca de Gondola, Arlindo Ngozo, não tem dialogado com os vendedores, para  explicar o porquê da retirada do atual mercado para um novo espaço: "Eles não nos avisaram que devíamos sair, e os nossos produtos estão no armazém", lamenta. 

Município reconhece falhas

O edil de Gondola reconhece que houve falhas no processo. "Na verdade, já havíamos prometido a construção e requalificação do novo mercado, mas houve um atraso da nossa parte em virtude da empresa contratada não cumprir com os prazos", explica Arlindo Ngozo.

Município de Gondola promete construir um dos melhores mercados da região

"A população está indignada com razão. Mas teremos um dos melhores mercados da zona centro do país nos próximos tempos aqui na vila de Gondola."

Já o porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Mário Arnaça, disse que a sua força foi obrigada a usar munições verdadeiras para dispersar os manifestantes porque o protesto bloqueou o trânsito.

"A polícia tem a legitimidade de usar qualquer tipo de meio como armas de fogo, algemas e todo o material legitimado por lei", frisou Arnaça. "A polícia achou conveniente agir daquela forma para conseguir fazer um trabalho de persuasão para evitar o pior, e a ordem, segurança e tranquilidade públicas foram garantidas." (x) Fonte: DW

 

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