O Presidente da República, Filipe Nyusi, exigiu, hoje, da Electricidade de Moçambique (EDM), que as ligações de energia sejam feitas nas casas das pessoas e não apenas nas sedes distritais.
É um facto e o próprio Presidente reconheceu: Moçambique nunca antes tinha tido a taxa de crescimento de acesso à energia como a que está a ser registada nos últimos anos.
“Neste percurso de quatro décadas, a actual taxa de acesso da população à energia passou de menos de 2% para 41%, mesmo com as várias conjunturas extremamente difíceis. Ainda assim, esta taxa corresponde a 12 milhões de moçambicanos, o que revela que, apesar do excelente trabalho que a EDM está a realizar, ainda há muito trabalho por fazer”, descreveu o Presidente.
O Chefe de Estado não deixa de entender que a EDM deve ser motivo de orgulho de todos e, quiçá, por isso, ser acarinhada. Porém, Filipe Nyusi diz ser necessário que não se perca o que ainda se tem em termos de trabalho.
“Estamos a 23% de ligar energia em todas as sedes dos postos administrativos, conforme nos comprometemos e isso vai acontecer até 2014. Até lá, mais dez milhões de moçambicanas terão energia nas suas casas e comunidades pela primeira vez”, assegurou.
Entretanto, para Filipe Nyusi, o valor desta meta não está em fazer chegar a energia às sedes distritais ou postos administrativos, e sim nos impacto que terá na vida das pessoas. “Podemos pensar que estamos a distribuir, estamos a transportar, mas estava eu em contacto, porque estou sempre no campo… há postos administrativos aonde chegou a energia, mas tem de chegar lá na casa da pessoa, na sua serralharia ou restaurante; não chegar à vila e dizer que já chegou; temos de ir ao encontro, porque ele é cliente e deve pagar por isso”, exigiu.
CORRUPÇÃO NA EDM
Enquanto 2024 não chega e as promessas não se concretizam, o Presidente da República lembra que há um desafio actual que afecta instituições e várias empresas públicas: a corrupção, da qual a EDM se deve distanciar.
“A EDM deve pautar pelos princípios de honestidade na contratação de serviços, distanciando-se das práticas do nepotismo ou de troca de favores e de outros comportamentos que lesam o bom nome da empresa e a sua prosperidade”, acautelou.
MATRIZ ENERGÉTICA DIVERSA
Num contexto em que o mundo inteiro fala do abandono completo de energias fósseis, o Presidente da República pediu que a EDM seja proactiva na criação de fontes alternativas.
“Estamos numa posição demasiadamente vantajosa. Todo o tipo de energia que se produz no mundo, nós podemos produzir. Não produzimos de carvão por respeito à natureza, mas, se for necessário… Mas produzimos de água, produzimos com sol, com gás a partir daqui da Sasol e também podemos produzir com o vento”, pelo que o Presidente da República não vê espaço para que não se aposte na diversificação da matriz energética.
Aquando da criação da EDM, a 27 de Agosto de 1977, apenas 15 distritos é que tinham corrente eléctrica da rede nacional. Neste momento, todas as 154 sedes distritais já têm energia e a meta é, até 2030, todos os moçambicanos estarem ligados à rede nacional de energia eléctrica.(x) Fonte: O Pais