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sexta-feira, 16 fevereiro 2024 11:37

Cabo Delgado: “Sobre terrorismo: ainda não ouvi uma explicação muito bem elaborada, nem de um lado, nem do outro” - disse Dom António Juliasse

Bispo da Igreja Católica em Cabo Delgado, Dom António Juliasse. Bispo da Igreja Católica em Cabo Delgado, Dom António Juliasse.

Numa entrevista exclusiva concedida a Zumbo FM Noticias, no dia 14 de Fevereiro de 2024, o Bispo da Igreja Católica na Diocese de Pemba, Dom António Juliasse, respondeu da seguinte forma a pergunta sobre o que deve ser feito para acabar com o terrorismo na província de Cabo Delgado:

“Não tenho uma equação. Primeiro precisava de entender exactamente o que está a acontecer, o que está por detrás. Ninguém veio explicar ainda. Não ouvi uma explicação muito bem elaborada, nem de um lado nem do outro. Há várias hipóteses que são levantadas, mesmo em termos de causas e das consequências. Mas não consigo elaborar uma solução. O que é evidente é que a solução (...) unicamente militar não é o caminho muito certo",- comentou o Bispo da Igreja Católica em Pemba, Dom António Juliasse em entrevista a Zumbo FM Noticias.

O Bispo da Igreja Católica em Pemba, Dom António Juliasse chamou a razão a mobilização da sociedade Moçambicana em geral para lutar contra o terrorismo.

“A sociedade moçambicana deve estar mobilizada para lutar contra o terrorismo. Uma das vias (...) é lutar contra os extremismos, sejam extremismos religiosos ou extremismos ideológicos. O extremismo o que é? (...) é todo o olhar, todo o pensamento, toda a elaboração que cria e fomenta ódio neste sentido: ‘se não pertence à minha agremiação política, ou se não pertence ao meu grupo religioso, não tem direito à existência, deve morrer. Isso é extremismo e radicalização. (...) assim elaborado é fácil eliminar o outro que se odeia, de quem se acha que não tem direito à existência. Parece-me que isso está a crescer",- alertou Dom Antonio Juliasse, Bispo da Igreja Catolica em Pemba.

Dom Antonio Juliasse, foi didáctico ao afirmar que, á base do terrorismo norte do país, não é a religião islâmica.

"A base desta insurgência do terrorismos não é a religião islâmica. Os meus colegas líderes religiosos, nos nossos encontros inter-religiosos, têm dito claramente que a religião islâmico não é de ódio, não é de guerra, mas é uma religião que promove a paz, como também é a religião cristã. [Porém...] tanto a religião cristã como a religião islâmica podem ser usadas para alguns fins tornando-as extremistas. Apartir daí entram essas ideias que misturam a ideologia e a religião. (...) se assim for espalha-se o ódio e a sociedade vai perdendo a coesão social. As pessoas podem matar de qualquer maneira. (...) não é o futuro da nossa sociedade moçambicana. É preciso (...) formação das consciências em Moçambique. É urgente entender-se que o bem-estar constroi-se com o amor e nunca com o ódio. O ódio traz guerras e mortes", - disse o Bispo da Igreja Católica em Pemba, Dom António Juliasse.(x)

Por: Nazma Mahando

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