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quarta-feira, 03 abril 2024 06:25

Cabo Delgado: "Com a saída da SAMIM, não se sabe o que será de Cabo Delgado" - disse Dom António Juliasse

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O Bispo da Diocese de Pemba, Dom António Juliasse, falava está segunda-feira, 01 de Abril de 2024 em exclusivo a Zumbo FM Notícias.

Dom António Juliasse, explicou que quando as Forças de Defesa e Segurança de Ruanda e da Missão Militar da SAMIM, chegaram em Cabo Delgado, foi possível notar a segurança em alguns distritos assolados pelo terrorismo e com a possível retirada das forças da Southern African Development Community Mission in Mozambique (SAMIM), diz não saber o que será da Província.

"É verdade que, tendo vindo as tropas do Ruanda e as tropas da SAMIM, alguns lugares dos distritos da zona norte da nossa Província de Cabo Delgado, ganharam uma certa segurança e as populações regressaram, por confiar que já havia esse tipo de proteção. Agora saindo SAMIM, a pergunta é sempre esta, [como fica a situação de segurança em Cabo Delgado?] e é muito difícil de se fazer previsões neste momento, porque também não estão ditas as estratégias militares que o País vai colocar em acção nessa altura. Neste momento só se diz que SAMIM sai, mas o que o País vai fazer ninguém já nos explicou. Por isso é muito difícil dizer o que vai acontecer efetivamente. Se a situação da capacidade militar da nossa Defesa for aquela de antes, significa que nós voltaremos para a situação muito difícil. Se já existe uma capacidade de modo a haver uma substituição, quase do mesmo nível ou até melhorada, então podemos dizer que o País já tem capacidade de enfrentar, por si, esta situação. Eu também estou preocupado em encontrar resposta para esta questão [como será Cabo Delgado depois da retirada da SAMIM?] e estou à espera que o povo moçambicano seja explicado, para que fiquemos todos tranquilos, sobretudo, nós que estamos em Cabo Delgado. Estamos à espera de ouvir alguma coisa daqueles que lideram o nosso País, para que fiquemos todos tranquilos, pois neste momento estamos todos preocupados porque não sabemos o que vai ser"- explicou, Bispo da Diocese de Pemba, Dom António Juliasse.

O Bispo, foi cauteloso ao tentar avançar possíveis previsões.

"É muito difícil fazer previsões de assuntos desse tipo, porque trata-se de questões militares. Mas, se nós olharmos para trás e tentarmos verificar as razões que fizeram com que chegasse a força da SADC a Cabo Delgado, então aí pairam algumas dúvidas; Se nós lembrarmos bem, na altura todos nós apoiamos a posição de o País procurar socorro entre os países vizinhos. Foi porque vimos que a insurgência já estava a ficar mais tempo e as respostas que estavam sendo dadas eram insuficientes em termos de combate e de limitar a movimentação dos terroristas"- sublinhou o Bisco da Diocese de Pemba, Dom António Juliasse.

A SADC, havia aprovado a prorrogação da missão da SAMIM em agosto de 2023 por mais 12 meses, até julho de 2024, com um plano para a retirada gradual das forças dos oito países participantes.

No entanto, devido às restrições orçamentais e à avaliação de que a situação em Moçambique está relativamente estável em comparação com a violência crescente no leste da República Democrática do Congo, a decisão foi tomada para encerrar a missão.

A Ministra de Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo citada por Jornal o País, destacou que a SADC está enfrentando múltiplos desafios em outras frentes, incluindo a situação na República Democrática do Congo, onde mais de 120 grupos armados competem por recursos naturais. (x)

Por: António Bote

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